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10 mulheres vintage tatuadas que marcaram a história

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 30, 2016 by Psiquê

O Universo Retrô, fez uma matéria no início deste ano sobre mulheres tatuadas em uma época em que a tatuagem era estigmatizada. E, como achamos o maior barato, compartilhamos aqui:

Atualmente tem sido normal encontrar uma garota com tatuagens ou piercings; pode-se até dizer que, por muito tempo, aquilo que era “diferente” hoje pode ser visto como “natural”, e diferente mesmo é aquele que não tem tatuagens, pois, cada dia que passa, nascem novos admiradores, simpatizantes e adeptos a essa arte.

Mas apesar de “desenhar o corpo” ser algo que existe desde os tempos remotos, nem sempre foi assim. As antigas tribos se tatuavam para mostrar hierarquia ou a qual grupo pertenciam. Já nos tempos de guerra, soldados e marinheiros também marcavam seus corpos com símbolos próprios e mensagens.

Tattooed Girl

Depois, as tatuagens começaram a ser consideradas uma arte marginal, um símbolo de delinquência, atrelado principalmente àqueles que eram considerados jovens infratores e que iam contra à cultura das famílias tradicionais, fazendo com que o mundo das tatuagens fosse algo underground e clandestino.

Nesse grupo, entre o final do século 19 e início do século 20, podemos destacar algumas mulheres transgressoras, que enfrentaram sociedades machistas para fazer aquilo que queriam: tatuar o corpo, o que possibilitava a elas ganhar o mundo apenas como “freaks”, viajando com circos e, muitas vezes, sendo anunciadas como atrações estranhas e diferentes por terem o corpo coberto de tatuagens.

Conheça 10 dessas mulheres vintage tatuadas que ganharam o mundo e que por marcarem a pele, ficaram marcadas na história por sua coragem em busca dessa quebra de padrões:

Nora Hildebrandt – Uma das mais antiga mulheres tatuadas, há poucas informações e relatos sobre ela. Dizem que Nora nasceu por volta de 1850 em Londres, é considerada a primeira mulher a chocar os Estados Unidos com as suas tatuagens, que, inclusive, eram feitas pelo seu próprio pai de origem alemã, Martin Hildebrandt. Suas tatuagens permitiram que ela se apresentasse em feiras freaks e viajasse com o circo Barnum e Bailey. Mas, parece que sua trajetória artística não durou muito, pois uma outra “freak” parecia estar fazendo mais sucesso que ela, era Irene Woodward.

Nora

Irene Woodward – Também conhecida como La Belle Irene, Irene foi uma das ladies tatuadas que performou durante os anos de 1890. Ela estreou em Nova York, logo depois de Nora e fez tanto sucesso que chegou até a ganhar destaques nos jornais. Há relatos que ela passou 15 anos trabalhando no circo.

La Belle Irene

Emma deBurgh – Emma deBurg, também conhecida apenas deBurgh, foi uma das famosas senhoritas tatuadas. É considerada uma das primeiras obras-primas de tatuador Samuel O’Reilly, que tinha um trabalho inspirado, principalmente, em motivos religiosos e patrióticos, um dos motivos pelo qual Emma tinha a santa ceia tatuada nas costas. Emma viajou a América com seu marido Frank DeBurg (nascido James Burke), que também foi tatuado por Samuel O’Reilly. Em maio de 1887, ela partiu para a Europa e viajou sem ele.

Emma deBurgh

Maud Wagner – Maud nasceu em 1897 no Kansas, Estados Unidos. Além de ser considerada uma freak por conta de suas tatuagens, Maud era trapezista e contorcionista. Em 1904, em uma dessas viagens para apresentação como trapezista, ela conheceu o tatuador Gus Wagner. Com o tempo eles se casaram e tiveram uma filha, que também virou tatuadora, mas, diferente de sua mãe, não possui nenhuma tatuagem. Sua mãe não deixou que o pai tatuasse a filha, e quando ele morreu, ela afirmou que se seu pai não a tatuou, nenhuma outra pessoa tatuaria.

Maud Wagner

Lady Viola – Nascida em 1898 como Ethel Martin, Lady Viola começou a se tatuar na década de 20 por Frank Graf e foi considerada a mulher tatuada mais bonita do mundo naquela época. Ela trabalhou em museus e circos. Faleceu aos 73 anos de idade.

Lady Viola

Mildred Hull – Mildred Hull, nasceu em 1897 e era também tatuadora. Começou sua carreira no circo como uma dançarina exótica e, logo depois, começou a se tatuar. Seu tatuador era Charles Wagner. Em 1939, ela possuía sua própria loja de tatuagem chamada Tattoo Emporium, onde dividia espaço com um barbeiro. Ela era uma das únicas artistas da tatuagem do sexo feminino que trabalhavam no Bowery, em Nova Iorque. Em janeiro de 1943, Hull tentou suicídio, pulando de seu apartamento no segundo andar e acabou parando no hospital e resistiu. Porém, em 1947, ela conseguiu cometer suicídio bebendo veneno.

Mildred Hull

Artoria Gibbons – Artornia nasceu de uma família pobre e  trabalhou como empregada doméstica. Com o tempo, conheceu o tatuador Charles Gibbons “Red” com quem ela se casou em 1912. Eles tiveram uma filha juntos.
Charles tatuou o corpo de Artoria com tatuagens religiosas, porque ela era uma mulher muito religiosa e membro da igreja episcopal. Ela começou a excursionar como uma lady tatuada na década de 1920. Artoria se aposentou em 1981 e morreu 18 de março de 1985.

Artoria

Betty Broadbent – Conhecida como Lady Tattoo, Betty também foi considerada uma das freaks mais belas. Iniciando as mudanças no seu corpo em 1927, a jovem chegou a ter mais de 350 rabiscos na pele. Como os desenhos chamavam muita atenção, ela resolveu entrar para o mundo do show business, sendo uma das principais atrações do Barnum & Bailey Circus. Betty se dedicou ao mundo do espetáculo por 40 anos e também tornou-se tatuadora e aposentou-se em 1967. Ela foi uma das primeiras mulheres a serem tatuadas com a nova “máquina elétrica”, a primeira pessoa a ser inserida no Hall da Fama do Mundo das Tatuagens e faleceu dois anos depois, enquanto dormia.

Betty Broadbent, a Lady Tattoo

Pam Nash – Pam foi provavelmente uma das garotas tatuadas mais fotografadas pelo Bristol Tattoo Club. Ela ganhou destaque por ter um jardim japonês tatuado em suas costas, que era composto por um grande vulcão.

Pam Nash

Cindy Ray – O mundo da tatuagem começou para a australiana Cindy em 1959, quando o fotógrafo Harry Bartram fez um anúncio em um jornal dizendo que precisava de modelos, mas só pagaria se a moça aceitasse se tatuar. Cindy era mãe solteira, trabalhava em uma fábrica e precisa de dinheiro, então encarou o desafio, já que não teria custo nenhum para fechar o corpo e ainda ganharia por isso. A partir daí, Cindy começou a estampar várias revistas e fazer muitas fotos. O gosto pela arte foi tanto que ela decidiu que também iria tatuar e começou a assumir a maquininha, sendo uma das primeiras mulheres a tatuar.

Cindy Ray

Muitas outras garotas do início do século 20 também ganharam destaque por terem tatuagens em uma época bem preconceituosa. Hoje, graças a essas mulheres e a milhares de outras pessoas que acreditaram na tatuagem como arte e estilo de vida, aos poucos, vamos quebrando as barreiras do preconceito e podendo ser cada dia mais livres com essa arte, principalmente, no mercado de trabalho que ainda é bem restrito para esse universo.

Autoria da matéria original: Daise Alves

A mulher no amor depois dos 40

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 26, 2016 by Psiquê

Este belo texto, publicado originalmente no A Mente é Maravilhosa, apesar de ainda não ter chegado aos 40, essa é uma reflexão importante para todas nós.

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A mulher no amor depois dos 40

“Quando uma mulher toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão. Quando uma mulher diz do fundo de seu coração: ‘Basta, cheguei até aqui ’. Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria verdade.

Aí se abrem as portas de sua própria alma e começa o processo de cura. O processo que a devolverá pouco a pouco a si mesma, a sua verdadeira vida. E ninguém disse que esse caminho seria fácil, mas é ‘o Caminho’. Essa decisão em si abre uma linha direta com sua natureza selvagem, e é aí onde começa o verdadeiro milagre”.

– Mulheres que Correm com os Lobos. Clarissa Pinkola-Estés. –

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A mente e a alma têm seus próprios ciclos e estações que percorrem diferentes estados de atividade e de solidão, de procurar e encontrar, de descansar, de pertencer e, inclusive, de desaparecer.

Quando uma mulher amadurece, as relações com ela são diferentes. Inclusive a relação que ela tem consigo mesma vai um passo mais à frente.

Digamos que é perto dos 40 que a mulher sente uma necessidade que não pode deixar de atender: a de retornar a si mesma. Este é o ponto emocional no qual aprendemos a saudar nossas lembranças no momento oportuno, a dançar e a nos acalmar com elas.

É o momento no qual se ama a alma além de nossos erros e do terreno. A partir dessa idade, amando os nossos semelhantes, descobrimos um coração sereno com sangue ardente que nos ajuda a compreender que tipo de pessoa somos, com nossas forças e nossas fraquezas. Porque todos temos ambas e isso não é ruim, mas é precisamente o contrário.

A volta à casa da alma significa nos fazermos conscientes de tudo o que aconteceu em nossa vida anterior, e resolver aqueles conflitos criados nos ciclos prévios à maturidade.

O amor maduro

O amor maduro significa a união à condição de preservar a própria integridade, a própria individualidade.– Erich Fromm –

Não é fácil amadurecer no amor, mas quando conseguimos, nasce um grande amor por nós mesmos que se apoia na dignidade e no respeito. Esses valores, a partir de certa idade e certas vivências, costumam articular o restante dos afetos com os quais nutrimos nosso coração.

Uma mulher madura está mais à frente na sua capacidade de amor quando compreende que a verdadeira transcendência do sentir alheio se resume em como contempla a si mesma e as suas mudanças.

Com o passar do tempo, o mundo feminino irradia uma pureza que se vê ameaçada por uma sociedade corrupta que faz com que as mulheres corram para procurar um refúgio em si mesmas, não para fugir quando algo fica difícil, mas sim para enfrentar a dificuldade.

Então, elas percebem que sua verdadeira casa não está em nenhum lugar afastado do mundo, mas sim dentro delas mesmas. De alguma forma, o amor maduro é consequência de um processo de individualização que pode ser muito doloroso.

Pode ser que ele chegue antes ou depois, mas para todas nós é precedido de alguns anos de distração e falta de foco na nossa identidade emocional. Ou seja, esse “não saber onde estamos e qual é o nosso lugar no mundo” que todas conhecemos.

Seja por ingenuidade, por não prestar atenção ou por ignorância, o processo de maturidade nos faz perder uma pele que nos cobria, à qual nos aferrávamos com força.

Esse sofrimento pela perda de sua pele fez a mulher conviver durante um tempo com uma parte incompleta dela mesma, o que a ajuda a fortalecer a sua verdadeira cobertura emocional.

Quer dizer, este roubo se eleva em cada caso como a oportunidade de recuperar alguns tesouros tão únicos e próprios como são os dois pilares da liberação emocional: a determinação e o amor próprio.

Como resultado, a mulher alcança uma grande sabedoria que lhe faz viver e amar de maneira diferente, única e transcendente. De alguma forma, é capaz de se hidratar e de reconstruir a si mesma, se sentindo inteiramente completa no seu interior.

Como dizem, toda mulher respira uma vida secreta e uma força poderosa cheia de bons instintos, criatividade e sabedoria que encerra o grande poder de um território ainda sem explorar: o fantástico mundo da psicologia feminina.