Archive for the Comportamento Category

Intenso

Posted in Comportamento, Uncategorized with tags , , , , , , , , on julho 20, 2017 by Psiquê

No ultimo mês sinto ter vivido uma década e, na próxima semana, quero viver pelo menos meio século! Quero que tudo seja intenso, exagerado, louco, porque só assim fico satisfeita.” Clarice Lispector

676017_71.jpg

Não é nada fácil optar pela intensidade, pelo exagero, pela loucura, quando vivemos em um mundo em que estar dentro dos padrões pré-estabelecidos é pré-requisito para aceitação.

O que vale aí é pensar qual o peso de ser aceito para cada um de nós. E ser aceito por quem? Em que circunstâncias? A custa de quê? do que podemos abrir mão sem grandes ferimentos…

Vamos pensar sobre o que estamos dispostos a abrir mão para ser aceito e se realmente isso vale a pena….

Viva a intensidade. Seja feliz! Entregue-se.

Não julgue

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , on julho 18, 2017 by Psiquê

Clarice, diz tantas coisas que gostaríamos de dizer… e aos poucos vou lembrando aqui um pouco deste dito por ela, que desejo dizer também…

Antes de julgar a minha vida

ou o meu caráter,

calce os meus sapatos

e percorra o caminho que eu percorri,

viva as minhas tristezas,

as minhas dúvidas e

as minhas alegrias.

Percorra os anos que eu percorri,

tropece onde eu tropecei e

levante-se assim como eu fiz“.

(Clarice Lispector)

Gratidão, empatia e descobertas

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , on julho 17, 2017 by Psiquê

Viver não é fácil, nem para mim, nem para você, mas uma coisa é certa: é uma oportunidade diária abrir os olhos todos os dias e ter a oportunidade de fazer algo com o dia que nos é dado.

900x0 (19)

A maturidade nos traz alguns medos, é verdade, mas também consciência de que somos responsáveis pelas escolhas que fazemos e pela maneira como vivemos cada dia. Sou grata por todas as descobertas que fiz ao longos dos anos e pela certeza de que muitas outras ainda serão feitas.

Agradeço pela possibilidade de hoje ter consciência de que cada situação que vivemos, cada pessoa que conhecemos, cada experiência que nos permitimos viver, são ensinamentos com os quais podemos aprender, mudar, melhorar ou deixar passar. A escolha é nossa!

Quero ser capaz de fazer com o outro, aquilo que gostaria que fizessem comigo. Tenho muito apreço por minha privacidade. Gosto de estar sozinha, gosto de tentar me ouvir, me entender e confiar é algo muito difícil para mim. Quando compartilho ideias, sonhos, pensamentos, espero sempre que o outro – escolhido como ouvinte – saiba ouvir e respeitar o que ouve. Assim como gosto de ouvir as pessoas e que elas saibam que se precisarem de um ouvido, tentarei ao máximo fazê-lo sem julgar ou condenar.

Nem todo mundo é capaz de acolher ideias que não sejam condizentes com aquilo que se acredita. Aliás, eu diria que este é um enorme desafio para todo mundo. Esse é um processo de aprendizado que envolve empatia, amor e respeito. Claro que não dá para exigir do outro um comportamento ou um cuidado idêntico ao que você pode dar. O que podemos fazer é agir com esse cuidado,  tentando exercitar a empatia, o amor e o respeito pelas pessoas a despeito de suas diferenças e escolhas. Nada disso é fácil, mas é possível e depende muito de predisposição e de cuidado.

Exercitar empatia, respeito, carinho, amor pelo próximo é um processo difícil, que demanda cuidado diário, mas que faz muito bem tanto para quem pratica quanto para quem recebe.

Tudo o que vivi até aqui. Todas as experiências com yoga, terapia, arte, amizades, relacionamentos pelas quais passei foram fundamentais para a miscelânea que sou. E tenho muita gratidão por isso. O Universo é generoso comigo e cabe a mim fazer o melhor que posso com tudo isso.

Eu só quero e prezo muito esse cuidado e espero que eu possa sempre ser capaz de olhar o outro com cuidado para tentar plantar a semente da empatia e do amor, neste mundo que está tão intolerante e individualista.

Um ótimo dia para vocês.

A verdadeira história do 8 de março

Posted in Comportamento, feminismo, Uncategorized with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 8, 2017 by Psiquê

O portal AzMina publicou um texto bem legal sobre a data 8 de março como Dia Internacional da Luta pelos direitos das mulheres. Achei importante compartilhar com vocês.

Clara_Zetkin-em-1897

O Dia da Mulher é uma data política, que vem da luta de mulheres operárias e não da morte passiva

por LAIS MODELLI

Há séculos, alimenta-se a ideia de que o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, teria surgido por causa da morte de 130 operárias carbonizadas em um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York em 1911.

Intelectuais feministas, contudo, afirmam que essa versão trágica do surgimento da data, em que mulheres morreram de forma passiva enquanto trabalhavam, abafa a história de luta e mobilização das mulheres operárias do final do século 19, que se organizavam contra governos e patrões por melhores condições de trabalho.

A principal teórica no Brasil a trabalhar o tema do 8 de março é a socióloga Eva Blay, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenadora do USP Mulheres. Blay explica que a criação da data foi motivada “por fortes movimentos de reivindicação política, trabalhista, greves, passeatas e muita perseguição policial”, e não somente pela morte de dezenas de mulheres exploradas pelo capital.

Segundo ela, desvincular o 8 de março, hoje considerado um dia festivo e capitalista – em que patrões e empresas insistem em “presentar” funcionárias com maquiagem, flores e serviços em salões de beleza – da luta de operárias por melhores condições de trabalho, é uma maneira de apagar a o protagonismo das mulheres em sua própria história social e política.

8 de março: uma data política

Segundo a socióloga Flávia Rios, professora da Universidade Federal do Goiás e coordenadora do Simpósio “Relaciones Raciales y de Género: Identidad, Interseccionalidad y Movimientos Sociales”, o incêndio em Nova York faz parte da história de luta das mulheres, mas como contexto, não como fator único de criação do 8 de março.

“No incêndio, morreram operárias num contexto em que feministas e trabalhadoras faziam forte mobilização pela igualdade na política e por melhores condições de trabalho”, explica Rios.

A própria versão do incêndio é confusa. A mais conhecida diz que, em 1911, cerca de 600 mulheres e homens trabalhavam na fábrica têxtil Triangle Shirtwaist Company quando as chamas começaram. Naquela época, os trabalhadores eram trancados nas fábricas e os relógios eram cobertos, para não terem noção de quanto tempo haviam trabalhado. As péssimas condições, com vários retalhos de tecidos espalhados pelo chão do lugar,  ajudaram o fogo a se espalhar rapidamente, matando 125 mulheres, de 13 a 23 anos, e mais 21 homens, enquanto trabalhavam.

O episódio causou comoção nacional e, no dia do funeral, 100 mil pessoas compareceram ao local. O terreno em que funcionava a Triangle Shirtwaist Company hoje é a Universidade de Nova York.

Uma outra versão diz que o incêndio aconteceu no século 18 e o fogo teria sido proposital. O objetivo era o de matar trabalhadoras têxtis que pediam diminuição da carga horária, que naquela época era de até 14 horas diárias, de segunda-feira a sábado, chegando a incluir alguns domingos de manhã. Era comum também os filhos das operárias, ainda crianças, comporem os quadros de empregados das indústrias, pois o trabalho infantil não era proibido e creches não eram um direito das mães trabalhadoras.

“Em 8 de março de 1857, em Nova York, as operárias têxteis entraram em greve pedindo a redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas por dia e recebendo menos que um terço do salário dos homens. Parte das grevistas foi trancada no galpão e a fábrica foi incendiada. 130 delas foram carbonizadas”, explica a cientista política Lucia Avelar, professora da Universidade de Brasília.

A versão mais aceita diz que, segundo Eva Blay, em 1910, a militante Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher, sem definir uma data precisa, no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem.

Para Blay, nenhuma das versões de incêndio foram usadas por Zetkin como motivação, uma vez que, mesmo na versão mais conhecida do incêndio, teria acontecido um ano após a militante propor a data como uma data de luta.

A alemã Clara Zetkin era membro do Partido Comunista Alemão e militante operária das causas das trabalhadoras mulheres. Em 1891, criou a revista Igualdade, que circulou por 16 anos e era formada por mulheres e voltada às trabalhadoras, e em 1920 chegou a ser deputada na Alemanha, defendendo a participação das mulheres na política e no trabalho. Lutou contra o nazismo, mas, com a ascensão de Hitler em 1933, teve que exilar-se em diversos países, escolhendo morar, por fim, na URSS. Morreu naquele mesmo ano, em Moscou.

A proposta de um Dia Internacional da Mulher por Zetkin estabelecia que a data seria um dia de mobilizações de mulheres trabalhadoras em todo o mundo, que abordariam tanto a pauta da questão das mulheres no trabalho, como lutariam pelo sufrágio, o direito ao voto feminino.

Diversas manifestações de trabalhadoras na Europa se seguiram desde a proposta da criação do Dia Internacional da Mulher. Segundo Blay, a manifestação mais famosa aconteceu em 8 de março de 1917, quando operárias russas do setor de tecelagem entraram em greve e pediram apoio aos metalúrgicos.

Essa greve de mulheres teria sido reconhecida por Trotsky como o primeiro momento da Revolução de Outubro, que resultou na Revolução Russa de 1917.

Em 1975, a ONU oficializou o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher por meio de um decreto.

A exploração das mulheres e a formação do capitalismo

feminismo-ideia-radical

Segundo especialistas, a divisão sexual do trabalho, desde sempre, teve uma função social que ultrapassa os fatores econômicos e trabalhistas: garantir a dominação dos homens na sociedade.

Para a cientista política Flávia Biroli, professora da Universidade de Brasília, a importância de se associar o 8 de março às lutas de trabalhadoras contra seus patrões é a de reconhecer que o capitalismo industrial foi estruturado sobre a subordinação das mulheres.

“A desvalorização do trabalho das mulheres e o controle sobre elas tanto no âmbito familiar quando no público, isto é, na política e no trabalho, são elementos organizadores do capitalismo industrial e permanecem fundamentais para se explicar as conexões entre gênero, trabalho e desigualdades hoje”, afirma Birolli.

O trabalho e a mulher

A socióloga Rios explica que desde a sua origem, o movimento feminista foi organizado sobre três pontos sociais, sendo um deles relacionado à situação de exploração da mulher no mercado de trabalho.

“O movimento feminista sempre esteve fortemente envolvido com o tema da igualdade. Isto é, igualdade nos direitos políticos (direito ao voto), direitos civis (ao divórcio) e direitos sociais (igualdade no mercado de trabalho, como direito à equidade salarial)”, pontua Rios.

A socióloga afirma que, apesar de intelectuais, acadêmicas e até burguesas integrarem o início da mobilização de mulheres no mundo, a situação de desigualdade salarial entre operários homens e mulheres foi um dos principais motores para o movimento feminista no início do século 20.

Mais que isso, o tema da mulher e o trabalho é tão antigo que aparece um século antes das lutas que resultaram no 8 de março. “A divisão sexual do trabalho pode ser encontrada como problema nas precursoras no século 18, como Mary Wolstonecraft. Mas é entre intelectuais socialistas como Clara Zetkin e, mais tarde, Alexandra Kollontai, que essa crítica passou a abranger as relações de classe”, explica Biroli. Mary Wolstonecraft foi uma escritora inglesa nascida em 1759. Ela é considerada a fundadora do feminismo no mundo por causa da sua obra “Reivindicação dos direitos das mulheres”, publicada em 1792.

A cientista política Avelar ressalta, contudo, que as feministas operárias e trabalhadoras sofreram grandes injustiças por não serem consideradas intelectuais ou por não pertencerem a classes sociais privilegiadas.

sufragistas

“O sufrágio foi uma pauta unificadora desses movimentos, mas os temas relacionados às condições de trabalho e de proteção social, eram prioridade das mulheres trabalhadoras e sindicalizadas”.

Para Avelar, a mulher da periferia, assim como a trabalhadora das camadas mais pobres e marginalizadas, ainda são as mais silenciadas e as menos favorecidas.

“As divisões de classe social, de raça e etnia, separam as mulheres em suas condições objetivas de vida”, explica. “Existe a convicção de que os movimentos feministas e as organizações sindicais caminham juntos, o que é não é completamente verdade. Mas se não fosse a adesão de mulheres de classe média, secundaristas e universitárias às causas das mulheres de periferia, questões como creches, custo de vida, saúde reprodutiva, jamais ganhariam força e visibilidade.”

Agradecimento aos sites  AzMina e Blogueiras Feministas

12 Filmes e Documentários – Histórias de Lutas Lideradas por Mulheres

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 7, 2017 by Psiquê

Na véspera do dia 8 de março, dia de luta por direitos iguais e empoderamento feminino, resolvi compartilhar uma a postagem do portal Nó de oito em que se apresenta uma lista de 12 documentários que ajudam a contar a história de lutas lideradas por mulheres.

Aproveite as dicas, assista às produções e junte-se à luta.

“O Dia Internacional das Mulheres não é uma data para ganhar chocolatinho e palestra sobre como fazer contorno facial com maquiagem, mas sim para lembrar, celebrar e organizar as lutas por nossos direitos. Sua origem pode ser traçada até o começo do século XX, e passa tanto pelo movimento das mulheres operárias norte-americanas e o terrível incêndio que matou mais de 120  trabalhadoras da Triangle Shirtwaist Company, como pelos inúmeros outros acontecimentos que marcaram a história da luta das mulheres em diferentes partes do mundo.

Pensando nisso, separamos doze filmes e documentários que relembram lutas e movimentos liderados por mulheres que mudaram o rumo da nossa história.

Norma Rae (Norma Rae, 1979)

Sinopse: Como muitos dos integrantes de sua família antes dela, Norma Rae trabalha numa fábrica têxtil local por um salário que não condiz com as longas horas e as péssimas condições de trabalho. Depois de ouvir um discurso de um defensor dos direitos trabalhistas, a jovem é inspirada a convencer seus colegas de trabalho a lutar pela criação de um sindicato. O filme é baseado na história real de Crystal Lee Sutton, que liderou uma campanha contra as condições de trabalho oferecidas pela empresa J.P. Stevens Mill.

Pray the Devil Back to Hell (2008)

Sinopse: Pray the Devil Back to Hell é um documentário que retrata o Movimento pela Paz na Libéria, organizado pela assistente social Leymah Gbowee. Na ocasião, milhares de mulheres cristãs e muçulmanas se mobilizaram para organizar protestos não-violentos que levaram ao fim da Segunda Guerra Civil da Libéria em 2003. O movimento levou Ellen Johnson Sirleaf a ser eleita presidente, fazendo com que a Libéria se tornasse a primeira nação africana a eleger uma mulher como chefe de estado. Em 2011, Leymah Gbowee ganhou o prêmio Nobel da Paz junto com Sirleaf e a iemenita Tawakel Karman.

As Sufragistas (Suffragette, 2015)

Sinopse: No início do século XX, após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o direito de voto no Reino Unido. A partir de 1912, elas começam a coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as sufragistas, resistindo à pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão masculina

!Mulheres Arte Revolução (!Women Art Revolution, 2010)

Sinopse: !Mulheres Arte Revolução é um documentário de 2010 que explora a “história secreta” do movimento de arte feminista dos Estados Unidos nos anos 70 e 80, através de conversas, observações, documentos e obras de artistas visionárias, historiadoras, curadoras e críticas de arte. O movimento artístico feminista foi um movimento ativista que proporcionou um modelo de mudança cultural e política, contra a discriminação, a exclusão racial, e a violência de gênero.

Terra Fria (North Country, 2005)

Sinopse: Mãe solteira, Josey Aimes, é parte do grupo das primeiras mulheres a trabalharem em minas de ferro, em Minnesota. Os homens ficam ofendidos por terem que trabalhar com mulheres e as submetem a constante assédio sexual. Consternada com o fluxo constante de insultos, linguagem sexual explícita, e abuso físico, ela decide abrir uma histórica ação judicial contra assédio sexual. O filme é baseado no livro Class Action: The Story of Lois Jenson and the Landmark Case That Changed Sexual Harassment Law, escrito por Clara Bingham e Laura Leedy Gansler, que conta a história real do processo judicial Jenson vs. Eveleth Taconite Company.

Our Times (Ruz-egar-e ma, 2002)

Sinopse: Da aclamada diretora iraniana Rakhshan Bani Etemad, este documentário explora os esforços das mulheres iranianas para empoderamento focando na eleição de 2002, que contou com uma candidata à presidência, mas acabou com a vitória do polêmico e conservador radical Mahmoud Ahmadinejad.

O Sal da Terra (Salt of the Earth, 1954)

Sinopse: Lançado em 1954, O Sal da Terra conta a história real da greve de mineradores no estado do Novo México (EUA) de 1951 contra a Empire Zinc Company. A maioria de origem mexicana, os trabalhadores protestaram pela melhora nas condições de trabalho e moradia, mas por serem agredidos e oprimidos constantemente, a greve acaba sendo mantida por suas esposas e filhas, que apesar de sofrerem críticas até dos próprios pais e maridos por intervirem, se mantêm firmes até serem atendidas nas reivindicações.

Anjos Rebeldes (Iron Jawed Angels, 2004)

Sinopse: Nos Estados Unidos do século XIX, duas mulheres arriscam suas vidas pelo direito de votar. Juntas desafiam as forças conservadoras de seu país para a aprovação de uma emenda constitucional que mudará seu futuro e o de muitas outras. O filme é baseado na história das sufragistas estadunidenses Alice Paul e Lucy Burns.

License to Thrive (2008)

Sinopse: License to Thrive (traduzido livremente como Licença para Prosperar) é um documentário que explora a história da legislação chamada Título IX, de 1972, que facilitou o acesso à educação de meninas e mulheres nos EUA. Embora seja mais associada ao esporte, nenhuma outra legislação desde a que garantiu às mulheres americanas ao direito ao voto foi mais crucial para a criação de oportunidades para mulheres em todas as áreas, do esporte, até a política, ciência, finanças, entretenimento, artes, negócios e direito.

Filha da Índia (India’s Daughter, 2015)

Filha da Índia relembra o estupro coletivo da estudante de medicina Jyoti Singh em 2012 na Índia, e retrata o movimento social inspirador que tomou as ruas pelos direitos das mulheres e contra a violência de gênero. De acordo com a diretora Leslee Udwin, foram os protestos em resposta ao estupro que a levaram a fazer o documentário. “Eu fiquei fascinada com as mulheres e homens da Índia que tomaram as ruas em resposta a esse terrível estupro coletivo e exigiram mudanças por direitos das mulheres. E pensei que o mínimo que podia fazer era ampliar suas vozes.”

The Hunting Ground (2015)

A realidade de abusos sexuais em universidades dos EUA – omitida pelas próprias universidades – vem à tona quando as vítimas se recusam a se deixar silenciar. O documentário é focado nas ações de duas estudantes que trabalham juntas para unir as vítimas de violência sexual em universidades de todo o país em uma rede para  denunciar e chamar atenção para o problema.

She’s Beautiful When She’s Angry (2014)

Este documentário apresenta um olhar inspirador sobre as mulheres brilhantes e corajosas que lideraram o movimento feminista na década de 1960 e 1970 nos EUA. O documentário mostra que os movimentos feministas surgiram com grande influência dos movimentos de direitos civis na década de 60, e trouxeram questionamentos e a consciência sobre a necessidade de igualdade entre homens e mulheres.

 

Dia Internacional da Mulher

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , on março 1, 2017 by Psiquê

feminismo-wikimedia

No mundo ideal, o Dia Internacional da Mulher (celebrado em 8 de março) não existiria, porque seríamos desde sempre tratadas com igualdade e respeito. Como este, ainda não é o mundo ideal, precisamos pensar em várias questões e combater e denunciar diariamente preconceitos, violência, misoginia, sexismo, machismo, mortes…

O Canal Brasil preparou um especial para refletirmos sobre esse momento, a Mostra Dia Internacional da Mulher. “Para homenagear a data, o Canal Brasil preparou uma mostra especial exclusivamente focada em questões relevantes ao universo feminino, com documentários, ficção e entrevistas com grandes representantes da luta pela isonomia e justiça entre os sexos. Muito além dos clichês e chavões recorrentes do período, a programação traz atrações inspiradas ou protagonizadas por mulheres fortes, de grande legado em seus campos de atuação e obras de temáticas atuais sobre o mundo feminil.”

Vamos nos unir para continuar a luta por igualdade de direitos.

feminismo-0254671

Confira a programação completa:

INÉDITO e EXCLUSIVO: Arte de Menina (2016) (58’) Direção: Deo – Assumir a própria arte como profissão é uma escolha de vida repleta de desafios. Artistas são praticamente unânimes ao relatar as dificuldades do início da carreira, a pouca valorização do trabalho e a pressão social pela escolha de atividades mais tradicionais. Reprimir uma vocação latente, no entanto, também não é uma opção viável para a maioria das pessoas de tal talento. O diretor Deo entrevista mulheres de diversos campos, entre desenhistas, tatuadoras, quadrinistas e musicistas para investigar como surgiu a paixão por seus respectivos ofícios, descobrir os primeiros passos dentro da ocupação e os estímulos e obstáculos por elas enfrentados.

A grafiteira Taís Ribeiro revela saber desde cedo de sua aptidão para o desenho. Ainda pequena, já demonstrava gosto pelos lápis de cor e tintas. Aos seis anos, a tatuadora Gabriela Brito ganhou um livro de Tarsila do Amaral para crianças, e lembra passar os dias tentando reproduzir os quadros da pintora ícone da Semana de Arte Moderna de 1922. Sua companheira de profissão, Nabila Hage, recorda passar horas a fio desenhando em papeis espalhados por toda a casa. A quadrinista e desenvolvedora de jogos Mariá Scárdua conta que desde os três anos de idade queria trabalhar no universo dos quadrinhos, e a baterista Drica Lago diz ter começado a batucar nas panelas antes mesmo de conseguir andar. Em depoimentos bem-humorados, elas relatam as dificuldades da carreira, a imposição familiar por cursos mais convencionais e explicam como tem sido essa trajetória artística até o momento.

Na TV:  Quarta, dia 08/03, às 18h.

INÉDITO e EXCLUSIVO: Olhar de Nise (2015) (85’) Direção: Jorge Oliveira – Nise da Silveira é uma das brasileiras mais fortes e relevantes do último século. A alagoana foi uma das primeiras mulheres a conquistar o diploma de medicina, revolucionou a psiquiatria refutando os tratamentos violentos dados a pacientes na época, utilizando métodos mais humanitários, criou ateliês artísticos para ajudar a recuperação de seus internos e foi presa após a acusação de ser comunista no governo de Getúlio Vargas. O filme dirigido por Jorge Oliveira – com codireção de Pedro Zoca – remonta a história dessa brava mulher trazendo depoimentos e encenações de momentos cruciais da sua vida, além da última entrevista concedida pela clínica em vida, dois anos antes de morrer, aos 94 anos.

O diretor Jorge Oliveira busca na lucidez e na vivacidade da memória da própria Nise da Silveira o ponto de partida para contar a história desta médica alagoana de atitudes corajosas e pioneiras, que marcaram e revolucionaram para sempre o tratamento das doenças psiquiátricas no Brasil. O documentário traz relatos dos seus amigos, colaboradores, intelectuais e ex-pacientes. A equipe da película foi à Alemanha para saber do artista plástico Almir Mavignier como surgiram os ateliês de pintura e modelagem no hospital psiquiátrico no Engenho de Dentro, que revelaram grandes talentos artísticos na década de 1940. Os atores Rafael Cardoso, Mariana Infante e Nando Rodrigues revivem, em cenas de dramaturgia, os principais episódios da vida da psiquiatra e de seus pacientes no Rio de Janeiro.

Na TV:  Quarta, dia 08/03, às 19h.

INÉDITO e EXCLUSIVO: Precisamos Falar do Assédio (2016) (82’) Direção: Paula Sacchetta – As redes sociais foram o palco para o início da chamada Primavera Feminista. No mundo virtual, mulheres de todo o país, das mais diversas faixas etárias, classes sociais, etnias e naturalidades utilizaram hashtags para relatar casos reais de assédio sofridos durante a vida. O resultado foi impressionante. Termos como “Meu Primeiro Assédio, “Meu Amigo Secreto” e “Agora É Que São Elas” ganharam a lista de assuntos mais comentados na Internet, dando a real dimensão da violência contra a mulher no Brasil. A diretora Paula Saccheta busca ampliar essa discussão, tirando o tema das redes e ocupando também os espaços da cidade para debater as causas e os efeitos desse tipo de crime.

Na semana da mulher, de 7 a 14 de março de 2016, uma van fez as vezes de estúdio e parou em nove locais de São Paulo e do Rio de Janeiro. O objetivo era coletar depoimentos de vítimas de qualquer tipo de assédio. Ao todo, 140 decidiram falar. O filme ouviu relatos de pessoas de 14 a 85 anos, de zonas nobres ou periferias das duas cidades, com diferenças e semelhanças na violência que acontece todos os dias e pode se dar dentro de casa, em um beco escuro ou no meio da rua, à luz do dia.

O documentário traz uma amostra significativa dos depoimentos, com 26 entrevistadas, além de mostrar uma parte importante do processo de filmagens: como as mulheres se sentiam ao contar seus casos? Nos depoimentos puros, sem qualquer tipo de interlocução, a obra acompanha desabafos, momentos íntimos e as oportunidades de falarem daquilo pela primeira vez. Nas trocas com as meninas da equipe antes e depois das declarações, a película permite que o espectador entre em contato com uma reflexão da testemunha sobre sua própria história.

Na TV:  Quarta, dia 08/03, às 22h.

ESTREIA: A Dama do Estácio (2012) (22’) Direção: Eduardo Ades – Leon Hirszman dirigiu A Falecida (1965), uma adaptação da obra homônima de Nelson Rodrigues. O filme estrelado por Paulo Gracindo, Ivan Cândido e José Wilker marcou a estreia cinematográfica de Fernanda Montenegro. Quase cinco décadas após seu lançamento, a atriz volta a interpretar Zulmira, uma garota de programa obcecada pela própria morte, no primeiro curta-metragem de Eduardo Ades. Nessa continuação do clássico da década de 1960, a protagonista, já distante da juventude do primeiro ato, continua com a ideia fixa de que está em seus últimos dias. A neurose com o fim de sua existência toma conta de seu pensamento, e ela decide garantir o caixão para seu futuro enterro. Para isso, ela vai mexer com os sentimentos de Tibira (Nelson Xavier), homem apaixonado pela garota de programa.

Na TV:  Quarta, dia 08/03, às 23h30.

 

Cineclube Delas

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , on janeiro 3, 2017 by Psiquê

Utilidade Pública para nós feministas e amantes de cinema:

cone-clube-delas

 

O Cineclube Delas é um espaço feminista para reflexões acerca da figura do feminino no cinema, suas representações e significados, a fim de promover um debate, sob a perspectiva de gênero, sobre como os filmes desdobram questões pertinentes ao lugar das mulheres na sociedade.
Curadoria de Camila Vieira e Samantha Brasil.
Produção: Cavideo.

Feliz Ano Novo!

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , on janeiro 1, 2017 by Psiquê

681220_70

Chegamos a 2017, rapidamente, chegamos ao décimo ano de vida. E com ele, mais uma página em branco, livre para escrevermos 365 novos dias de histórias, ideias, sonhos, realidades, experiências, desejos.

Evidentemente, que a passagem do ano, não passa de uma convenção em que diversas partes do mundo celebram de formas, em momentos e intervalos diferentes…

…apesar do simbolismo da passagem, ela nos traz sempre uma oportunidade de reflexão para repensarmos o que vivemos, fazer balanços sobre o que foi bom e ruim e escrever novos capítulos ou novas formas de viver.

Que venha 2017, com muitas novas chances de sermos felizes.

 

10 mulheres vintage tatuadas que marcaram a história

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 30, 2016 by Psiquê

O Universo Retrô, fez uma matéria no início deste ano sobre mulheres tatuadas em uma época em que a tatuagem era estigmatizada. E, como achamos o maior barato, compartilhamos aqui:

Atualmente tem sido normal encontrar uma garota com tatuagens ou piercings; pode-se até dizer que, por muito tempo, aquilo que era “diferente” hoje pode ser visto como “natural”, e diferente mesmo é aquele que não tem tatuagens, pois, cada dia que passa, nascem novos admiradores, simpatizantes e adeptos a essa arte.

Mas apesar de “desenhar o corpo” ser algo que existe desde os tempos remotos, nem sempre foi assim. As antigas tribos se tatuavam para mostrar hierarquia ou a qual grupo pertenciam. Já nos tempos de guerra, soldados e marinheiros também marcavam seus corpos com símbolos próprios e mensagens.

Tattooed Girl

Depois, as tatuagens começaram a ser consideradas uma arte marginal, um símbolo de delinquência, atrelado principalmente àqueles que eram considerados jovens infratores e que iam contra à cultura das famílias tradicionais, fazendo com que o mundo das tatuagens fosse algo underground e clandestino.

Nesse grupo, entre o final do século 19 e início do século 20, podemos destacar algumas mulheres transgressoras, que enfrentaram sociedades machistas para fazer aquilo que queriam: tatuar o corpo, o que possibilitava a elas ganhar o mundo apenas como “freaks”, viajando com circos e, muitas vezes, sendo anunciadas como atrações estranhas e diferentes por terem o corpo coberto de tatuagens.

Conheça 10 dessas mulheres vintage tatuadas que ganharam o mundo e que por marcarem a pele, ficaram marcadas na história por sua coragem em busca dessa quebra de padrões:

Nora Hildebrandt – Uma das mais antiga mulheres tatuadas, há poucas informações e relatos sobre ela. Dizem que Nora nasceu por volta de 1850 em Londres, é considerada a primeira mulher a chocar os Estados Unidos com as suas tatuagens, que, inclusive, eram feitas pelo seu próprio pai de origem alemã, Martin Hildebrandt. Suas tatuagens permitiram que ela se apresentasse em feiras freaks e viajasse com o circo Barnum e Bailey. Mas, parece que sua trajetória artística não durou muito, pois uma outra “freak” parecia estar fazendo mais sucesso que ela, era Irene Woodward.

Nora

Irene Woodward – Também conhecida como La Belle Irene, Irene foi uma das ladies tatuadas que performou durante os anos de 1890. Ela estreou em Nova York, logo depois de Nora e fez tanto sucesso que chegou até a ganhar destaques nos jornais. Há relatos que ela passou 15 anos trabalhando no circo.

La Belle Irene

Emma deBurgh – Emma deBurg, também conhecida apenas deBurgh, foi uma das famosas senhoritas tatuadas. É considerada uma das primeiras obras-primas de tatuador Samuel O’Reilly, que tinha um trabalho inspirado, principalmente, em motivos religiosos e patrióticos, um dos motivos pelo qual Emma tinha a santa ceia tatuada nas costas. Emma viajou a América com seu marido Frank DeBurg (nascido James Burke), que também foi tatuado por Samuel O’Reilly. Em maio de 1887, ela partiu para a Europa e viajou sem ele.

Emma deBurgh

Maud Wagner – Maud nasceu em 1897 no Kansas, Estados Unidos. Além de ser considerada uma freak por conta de suas tatuagens, Maud era trapezista e contorcionista. Em 1904, em uma dessas viagens para apresentação como trapezista, ela conheceu o tatuador Gus Wagner. Com o tempo eles se casaram e tiveram uma filha, que também virou tatuadora, mas, diferente de sua mãe, não possui nenhuma tatuagem. Sua mãe não deixou que o pai tatuasse a filha, e quando ele morreu, ela afirmou que se seu pai não a tatuou, nenhuma outra pessoa tatuaria.

Maud Wagner

Lady Viola – Nascida em 1898 como Ethel Martin, Lady Viola começou a se tatuar na década de 20 por Frank Graf e foi considerada a mulher tatuada mais bonita do mundo naquela época. Ela trabalhou em museus e circos. Faleceu aos 73 anos de idade.

Lady Viola

Mildred Hull – Mildred Hull, nasceu em 1897 e era também tatuadora. Começou sua carreira no circo como uma dançarina exótica e, logo depois, começou a se tatuar. Seu tatuador era Charles Wagner. Em 1939, ela possuía sua própria loja de tatuagem chamada Tattoo Emporium, onde dividia espaço com um barbeiro. Ela era uma das únicas artistas da tatuagem do sexo feminino que trabalhavam no Bowery, em Nova Iorque. Em janeiro de 1943, Hull tentou suicídio, pulando de seu apartamento no segundo andar e acabou parando no hospital e resistiu. Porém, em 1947, ela conseguiu cometer suicídio bebendo veneno.

Mildred Hull

Artoria Gibbons – Artornia nasceu de uma família pobre e  trabalhou como empregada doméstica. Com o tempo, conheceu o tatuador Charles Gibbons “Red” com quem ela se casou em 1912. Eles tiveram uma filha juntos.
Charles tatuou o corpo de Artoria com tatuagens religiosas, porque ela era uma mulher muito religiosa e membro da igreja episcopal. Ela começou a excursionar como uma lady tatuada na década de 1920. Artoria se aposentou em 1981 e morreu 18 de março de 1985.

Artoria

Betty Broadbent – Conhecida como Lady Tattoo, Betty também foi considerada uma das freaks mais belas. Iniciando as mudanças no seu corpo em 1927, a jovem chegou a ter mais de 350 rabiscos na pele. Como os desenhos chamavam muita atenção, ela resolveu entrar para o mundo do show business, sendo uma das principais atrações do Barnum & Bailey Circus. Betty se dedicou ao mundo do espetáculo por 40 anos e também tornou-se tatuadora e aposentou-se em 1967. Ela foi uma das primeiras mulheres a serem tatuadas com a nova “máquina elétrica”, a primeira pessoa a ser inserida no Hall da Fama do Mundo das Tatuagens e faleceu dois anos depois, enquanto dormia.

Betty Broadbent, a Lady Tattoo

Pam Nash – Pam foi provavelmente uma das garotas tatuadas mais fotografadas pelo Bristol Tattoo Club. Ela ganhou destaque por ter um jardim japonês tatuado em suas costas, que era composto por um grande vulcão.

Pam Nash

Cindy Ray – O mundo da tatuagem começou para a australiana Cindy em 1959, quando o fotógrafo Harry Bartram fez um anúncio em um jornal dizendo que precisava de modelos, mas só pagaria se a moça aceitasse se tatuar. Cindy era mãe solteira, trabalhava em uma fábrica e precisa de dinheiro, então encarou o desafio, já que não teria custo nenhum para fechar o corpo e ainda ganharia por isso. A partir daí, Cindy começou a estampar várias revistas e fazer muitas fotos. O gosto pela arte foi tanto que ela decidiu que também iria tatuar e começou a assumir a maquininha, sendo uma das primeiras mulheres a tatuar.

Cindy Ray

Muitas outras garotas do início do século 20 também ganharam destaque por terem tatuagens em uma época bem preconceituosa. Hoje, graças a essas mulheres e a milhares de outras pessoas que acreditaram na tatuagem como arte e estilo de vida, aos poucos, vamos quebrando as barreiras do preconceito e podendo ser cada dia mais livres com essa arte, principalmente, no mercado de trabalho que ainda é bem restrito para esse universo.

Autoria da matéria original: Daise Alves

A mulher no amor depois dos 40

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 26, 2016 by Psiquê

Este belo texto, publicado originalmente no A Mente é Maravilhosa, apesar de ainda não ter chegado aos 40, essa é uma reflexão importante para todas nós.

3023325

A mulher no amor depois dos 40

“Quando uma mulher toma a decisão de abandonar o sofrimento, a mentira e a submissão. Quando uma mulher diz do fundo de seu coração: ‘Basta, cheguei até aqui ’. Nem mil exércitos de ego e nem todas as armadilhas da ilusão poderão detê-la na busca de sua própria verdade.

Aí se abrem as portas de sua própria alma e começa o processo de cura. O processo que a devolverá pouco a pouco a si mesma, a sua verdadeira vida. E ninguém disse que esse caminho seria fácil, mas é ‘o Caminho’. Essa decisão em si abre uma linha direta com sua natureza selvagem, e é aí onde começa o verdadeiro milagre”.

– Mulheres que Correm com os Lobos. Clarissa Pinkola-Estés. –

16984_512250992284240_4190352820169626992_n

A mente e a alma têm seus próprios ciclos e estações que percorrem diferentes estados de atividade e de solidão, de procurar e encontrar, de descansar, de pertencer e, inclusive, de desaparecer.

Quando uma mulher amadurece, as relações com ela são diferentes. Inclusive a relação que ela tem consigo mesma vai um passo mais à frente.

Digamos que é perto dos 40 que a mulher sente uma necessidade que não pode deixar de atender: a de retornar a si mesma. Este é o ponto emocional no qual aprendemos a saudar nossas lembranças no momento oportuno, a dançar e a nos acalmar com elas.

É o momento no qual se ama a alma além de nossos erros e do terreno. A partir dessa idade, amando os nossos semelhantes, descobrimos um coração sereno com sangue ardente que nos ajuda a compreender que tipo de pessoa somos, com nossas forças e nossas fraquezas. Porque todos temos ambas e isso não é ruim, mas é precisamente o contrário.

A volta à casa da alma significa nos fazermos conscientes de tudo o que aconteceu em nossa vida anterior, e resolver aqueles conflitos criados nos ciclos prévios à maturidade.

O amor maduro

O amor maduro significa a união à condição de preservar a própria integridade, a própria individualidade.– Erich Fromm –

Não é fácil amadurecer no amor, mas quando conseguimos, nasce um grande amor por nós mesmos que se apoia na dignidade e no respeito. Esses valores, a partir de certa idade e certas vivências, costumam articular o restante dos afetos com os quais nutrimos nosso coração.

Uma mulher madura está mais à frente na sua capacidade de amor quando compreende que a verdadeira transcendência do sentir alheio se resume em como contempla a si mesma e as suas mudanças.

Com o passar do tempo, o mundo feminino irradia uma pureza que se vê ameaçada por uma sociedade corrupta que faz com que as mulheres corram para procurar um refúgio em si mesmas, não para fugir quando algo fica difícil, mas sim para enfrentar a dificuldade.

Então, elas percebem que sua verdadeira casa não está em nenhum lugar afastado do mundo, mas sim dentro delas mesmas. De alguma forma, o amor maduro é consequência de um processo de individualização que pode ser muito doloroso.

Pode ser que ele chegue antes ou depois, mas para todas nós é precedido de alguns anos de distração e falta de foco na nossa identidade emocional. Ou seja, esse “não saber onde estamos e qual é o nosso lugar no mundo” que todas conhecemos.

Seja por ingenuidade, por não prestar atenção ou por ignorância, o processo de maturidade nos faz perder uma pele que nos cobria, à qual nos aferrávamos com força.

Esse sofrimento pela perda de sua pele fez a mulher conviver durante um tempo com uma parte incompleta dela mesma, o que a ajuda a fortalecer a sua verdadeira cobertura emocional.

Quer dizer, este roubo se eleva em cada caso como a oportunidade de recuperar alguns tesouros tão únicos e próprios como são os dois pilares da liberação emocional: a determinação e o amor próprio.

Como resultado, a mulher alcança uma grande sabedoria que lhe faz viver e amar de maneira diferente, única e transcendente. De alguma forma, é capaz de se hidratar e de reconstruir a si mesma, se sentindo inteiramente completa no seu interior.

Como dizem, toda mulher respira uma vida secreta e uma força poderosa cheia de bons instintos, criatividade e sabedoria que encerra o grande poder de um território ainda sem explorar: o fantástico mundo da psicologia feminina.