Esta semana fui bombardeada com alertas: olha cuidado com o adoçante artificial ele faz mal, ele engorda, ele é perigoso.
Em dezembro, depois de ler o livro Magra e Poderosa, das modelos Rory Freedman e Kim Barnquin fiquei um pouco apavorada. O livro pode ser um alerta para maus hábitos alimentares, mas é um tanto panfletário. As autoras alertam, entre várias outras coisas, para os perigos dos adoçantes artificiais e do açúcar refinado para o organismo.
Para reforçar as teses sobre os perigos desse aliado da dieta alimentar, alguns amigos “naturebas” alertaram para os benefícios de usar os açúcares naturais como o mascavo. Para piorar a imprensa divulgou recentemente os perigos do adoçante e a possibilidade deste ser um fator de engorda, é possível uma coisa dessas?
Segundo pesquisadores da Universidade de Purdue, Indiana, nos Estados Unidos, a sacarina (adoçante artificial comum em refrigerantes), pode provocar o aumento de peso, pela incitação à ingestão de quantidades maiores de calorias. O produto prepara o sistema digestivo para a ingestão de alimentos calóricos e se esses não são consumidos o organismo fica desregulado pedindo mais comida.
A pesquisa foi realizada em ratos alimentados com iogurtes adoçados com sacarina e outros com açúcar. Os primeiros ingeriram mais calorias do que os segundos e seu aumento de peso foi superior em 20%. Susan Swithers, uma das autoras da pesquisa, revelou ainda que as experiências indicam que o aspartame e o acessulfame K podem ter o mesmo efeito da sacarina.
Há vários outros alertas contra o uso indiscriminado de adoçantes artificiais. Segundo o livro Alimentos Orgânicos de Elaine de Azevedo:
“É importante mencionar o perigo dos adoçantes artificiais ou edulcorantes – a sacarina, o ciclamato e o aspartame – cujo uso é incentivado indiscriminadamente na mídia pela indústria farmacêutica. (…) as propagandas ignoram a ação tóxica dos adoçantes artificiais e as repercussões do seu uso na saúde humana. O aspartame é uma neurotoxina, ou seja, uma droga que destrói o sistema nervoso e o cérebro. Sua molécula tem três componentes: o ácido aspártico, a fenilalanina e o metanol. O ácido aspártico causa lesões cerebrais em experiência com animais. A fenilalanina existente no aspartame é neurotóxica, quando isolada dos outros aminoácidos das proteínas. Facilita a ocorrência de ataques epiléticos e bloqueia a produção de serotonina, que é uma das substâncias existentes no cérebro para regular o sono. Níveis baixos de serotonina, além de insônia, provocam depressão, angústia e alterações no humor. O metanol, depois de ingerido, converte-se em formalteído e ácido fórmico (que compõe o veneno das picadas da formigas). O formaldeído também é uma neurotoxina de ação cancerígina e faz parte do mesmo grupo das drogas como cianeto e arsênico”.
O oncologista Dr. Juvenal Antunes Oliveira Filho, alerta que o uso constante de adoçantes artificiais pode criar problemas para o organismo, incluindo o aparecimento e agravamento de tumores em vários órgãos. Os ciclamatos foram proibidos nos EUA, mas continuam sendo vendidos livremente no Brasil.
Nos anos 70, o Ministério da Saúde brasileiro proibiu a comercialização da sacarina, quando pesquisadores norte-americanos alardearam que esse adoçante poderia provocar câncer da bexiga em ratos. O câncer de bexiga é o segundo de maior incidência dos órgãos urogenitais no público masculino, perdendo apenas para o de próstata e representando 3% do total de tumores no Brasil.
Segundo Oliveira Filho, o aspartame pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Alzheimer e de tumores cerebrais, cuja incidência tem crescido significativamente, embora não exista prova concreta dessa relação em ambas as doenças (Oncocamp, 2004).
Leaderer (1991) desenvolveu estudos que mostram que o ciclamato, o aspartame e a sacarina usados em produtos light causam câncer de bexiga em cobaias.
Para saber mais sobre cada adoçante.
Não fique apavorado! Passe a usar doses controladas de adoçante, caso seu problema seja o diabetes, e siga a dieta que seu médico recomendou. Caso queira apenas controlar de peso, procure um médico e tente optar pela ingestão controlada de açúcares naturais e mel, no lugar dos adoçantes artificiais.