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Yoga no Casamento

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , on fevereiro 5, 2016 by Psiquê

Nos últimos anos o yoga tem ocupado mais e mais espaço em minha vida. Tem me feito muito bem e muitos dos seus ensinamentos passaram a fazer parte de pequenos momentos do meu cotidiano, para, quem sabe, um dia, ocupar mais espaço ainda.

Li há pouco um texto que me pareceu bem interessante sobre a vivência do yoga no casamento e resolvi compartilhar com vocês. Aos pouquinhos vou falar um pouco mais sobre essa experiência de viver e experimentar o yoga cada vez mais. Claro que cada um precisa saber seu momento para aceitar essa experiência, mas tenho visto a reação positiva em muitas pessoas.

Namastê.

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O texto é do Pedro Kupfer,  yogue e professor.

YOGA NO CASAMENTO.

“O nosso casamento se torna Yoga quando a aceitação, a compreensão e a compaixão se fazem presentes. Juntos, crescemos e amadurecemos emocionalmente dentro da relação. Um casamento harmonioso é como uma pedra de amolar. Para afiar as facas, a pedra não pode ter o grão muito grosso nem demasiado fino. Não conseguimos afiar uma faça na manteiga nem numa pedra muito áspera: precisamos encontrar o caminho do meio. Da mesma maneira, para que duas pessoas possam crescer num relacionamento, é necessário um grau exato e equilibrado de “abrasão”, nem rispidez demais, nem excesso de suavidade. Acredito que podemos encontrar essa firmeza, esse caminho do meio, cultivando mutuamente e aceitação, a compreensão e a compaixão. Precisamos fazer do outro um vencedor o tempo todo. Você tenta fazer do outro um vencedor e o outro faz a mesma coisa. Penso que esse seja o segredo para garantir a harmonia no convívio e o crescimento interior de cada um”.
MANTRA PARA OS AMANTES, RADHA E KRISHNA: https://soundcloud.com/pedrokupfer/sri-radhe-gopala

 

Não naturalize as merdas que um homem faz

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 27, 2015 by Psiquê

Este texto que compartilho com vocês é de Stephanie Ribeiro e foi publicado no site Imprensa Feminista. Resolvi dividi-lo com vocês, pois chama a atenção para discussões superatuais sobre a naturalização de comportamentos preconceituosos e tendenciosos em relação às mulheres, que aos poucos estamos identificando e repudiando. 

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“NÃO NATURALIZE AS MERDAS QUE UM HOMEM FAZ

 25.12.2015, por Stephanie Ribeiro

Um texto para homens.

Então leiam até o fim.

Um dos grandes problemas na hora de se debater machismo, é que comportamentos machistas são vistos como normais e sendo assim atitudes naturais do seres humanos. E não isso não é verdade! No momento que você homem compactua com determinada ação de cunho machista, do seu pai, irmãos, amigos, etc. Está simplesmente dando a está ação o aval de algo normal, ou seja, você está contribuindo para a manutenção dessa opressão e do privilégio masculino na sociedade.

Mas como assim?

Meu pai abandonou minha mãe grávida da minha irmã, quando eu tinha apenas três anos. Sabe quantas pessoas deixaram de falar com meu pai no ciclo de amigos dele? Nenhuma. Sabe quantas pessoas cobraram que ele fosse uma pessoa presente nas nossas vidas? Nenhuma. Amigos dele inclusive sabiam que eu era filha dele, o que ele tinha feito e simplesmente lidavam com desdém comigo.

Afinal o patriarcado te ensina independente do seu gênero, a ter empatia com homens e odiar mulheres. E vocês seguem essa regra direitinho.

As pessoas ao longo do tempo naturalizaram o comportamento do meu pai, que é muito comum entre homens. Afinal todos disseram que ele não tinha maturidade para lidar com a questão. Maturidade essa que minha mãe também podia não ter na época, mas que não fez ela fugir das responsabilidades. Hoje somos duas mulheres criadas e educadas, que estamos colhendo frutos do esforço e doação dela.

Mas sempre peço que não romantizem essa história! Minha mãe abriu mão de sua vida por nós, e isso não é bonito ou justo. Inclusive ao contrário do meu pai, minha mãe foi cobrada! Cobrada pelos familiares, se afastou de amigos, deixou a diversão de lado, entre outras coisas que ela perdeu por ter que dar conta de educar duas filhas. E todo e qualquer erro/desvio que minha irmã e eu cometemos, cai nas costas dela.

Acho importante falar sobre isso num país onde homens assumem comportamentos machistas de forma tão natural, que se permitem chamar uma mulher de gostosa no meio da rua, assediar meninas no twitter, enganar as companheiras e mesmo assim se sentem no direito de compartilhar vídeos e postagens ofendendo Fabíola.

Homens que se dizem castrados por teorias feministas, porém continuam gozando do direito de trair suas companheiras numa mesa de bar. Até os que se dizem não serem desse “tipo”, numa situação dessas apenas olham e agem como se isso não fosse problema deles. Afinal, na educação machista brasileira não só o homem PODE errar, como seus erros sempre serão defendidos e naturalizados por outros homens. E até por mulheres que reproduzem machismo.

“Ele não sabe o que faz.”

“Ele é tão imaturo.”

“Eu não acho certo o comportamento dele, mas vou deixar de ser amigo do cara?”

Entretanto se fosse uma mulher vocês agiriam diferente!

Até porque, eu tenho plena consciência que o chato é ser amigo/namorado/parente da moça feminista. O legal é compartilhar momentos e vivências com o machista. E assim seguimos vivendo o mundo onde gritamos com as mulheres chatas e dividimos bebida com os machistas que são nossos amigos.

Uma mulher que comete os mesmos erros de um homem. Recebe conselhos que seriam basicamente: Você não se valoriza e ninguém vai te valorizar.

Mas o que os homens fazem que merecem tanto serem valorizados? Que merecem sempre uma segunda chance?

Eu realmente não defendo que a gente traia parceiros. O problema é que enquanto homens forem livres para serem verdadeiros escrotos sem cobrança nenhuma, ninguém poderá sair atirando pedras em nós mulheres. O seu amigo pode trair a companheira uma noite antes do casamento com algumas prostitutas, que você vai continuar chamando ele de irmão. E ainda exibirá fotos chorando no dia do casamento, nas redes sociais.

Tudo porque, você é tão machista quanto ele! E naturaliza essas ações, sendo apenas empático com HOMENS (cis e hétero).

A falta de respeito com uma mulher é totalmente admitida. Inclusive homens que se dizem pró feministas circulam nesses meios, sabem dessas histórias, e preferem lidar como se isso não fosse problema deles. É muito fácil se dizer apoiador de feminismo na frente de mulheres para parecer uma boa transa, um bom cara. Sendo passivo ao comportamento misógino de seus conhecidos.

Na sociedade onde ainda é permitido homens agredirem as parceiras, serem abusivos com elas na frente de seus filhos e irresponsáveis dentro de seus relacionamentos. E os amigos, irmãos, e até cunhados continuarem fazendo vista grossa, a gente vai precisar de muitas hashtags #meuamigosecreto. Porque homens precisam ser incomodados e tirados do seu lugar de privilégio, onde ser cretino é normal e natural. Pior, onde eles nunca vivência a SOLIDÃO pelo que são.

Quando não se isola o agressor, se isola a vítima.

Uma das maiores vinganças da sociedade com nós mulheres, é que ela faz de tudo para que sejamos exiladas. Não é uma escolha por ser só, é uma imposição. Ninguém têm um tempo e palavra de apoio para quem é agredida, cria filhos sozinha e/ou é traída.

Não existem compaixão. Só nós culpam.

“Ahhh porque você casou com ele?”

“Você não se dá o respeito!!!”

“O seu casamento não está dando certo, por sua culpa.”

“Você tem que ver problema em tudo?”

Sim eu tenho que ver problema em tudo, pois nada está normal para mim. A corda está arrebentando só do meu lado. E por isso eu vou ser sempre a pessoa não desejada nas mesas de cerveja, no ciclo de amigos e no final de semana em família. Afinal, vivemos num mar de solidão e cobranças, da sociedade onde se sabe que estamos abraçando um machista, enquanto sua mulher chora escondido em algum canto, e quem se importa com isso é chamada de chata.

Sejamos todas feministas chatas num mundo onde cretino é sinônimo de homem. E para muitos isso é natural.”

Influência política de amantes e cortesãs

Posted in Curiosidades with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 16, 2015 by Psiquê

Vários líderes da história tiveram relações extraconjugais e deram a suas amantes poder e influência sobre suas decisões e sobre o cenário político. Este texto que compartilho com vocês, traz um pouco destes casos em que amantes e cortesãs atuavam como figuras fundamentais na condução de tarefas políticas e até estratégicas.

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“Henrique VIII deixou a Igreja Católica para que a Inglaterra tivesse sua própria religião. Napoleão Bonaparte pôs a Europa de joelhos perante a França. Pedro I foi desafiado a transformar uma colônia no Império brasileiro. Homens de importância incontestável na trajetória de seus países, eles foram motivados a cumprir seus feitos não apenas por razões de Estado, mas também por quem dividiam a cama — e não em seus relacionamentos formais. Durante séculos, amantes e cortesãs eram figuras fáceis ao lado de monarcas de diversos países, relegando as rainhas à sombra e assumindo tarefas como a recepção de embaixadores e o patrocínio de artistas. Ganhavam castelos, joias e garantiam títulos de nobreza aos filhos bastardos.

A busca por outros rabos de saia era vista como uma consequência natural de como ocorriam os matrimônios reais. Os noivos eram escolhidos para assegurar a prosperidade e a paz entre seus impérios. Depois da troca de alianças, os reis sentiam-se à vontade para correr atrás de seus desejos.

— No casamento, as princesas eram simples moedas de troca usadas para fins políticos — conta a historiadora espanhola María Pilar Quesalt del Hierro, autora do livro recém-lançado “Rainhas na sombra” (Versal Editores). — Os monarcas, então, buscavam o amor fora do leito conjugal.

Alguns soberanos tomaram atitudes extremas para se livrarem das rainhas. No século XIV, por exemplo, o rei português Fernando I recorreu ao Papa para anular seu casamento com Constança de Castela. Alegou que ambos eram parentes. Era difícil comprovar o argumento, mas a compra de sacerdotes viabilizou o seu pedido. Solteiro, uniu-se oficialmente a Leonor de Meneses, que já frequentava seus lençóis. Mesmo sob a oposição da Corte, capitaneada por seu meio-irmão, Leonor posou como verdadeira governante, aproveitando-se da saúde frágil do marido.

Na Inglaterra dos anos 1500, Henrique VIII caiu de amores por Ana Bolena, que inicialmente fingiu não ter interesse no monarca. O rei absolutista estava tão apaixonado que ignorava um defeito grave de sua musa — tinha seis dedos na mão esquerda, o que era encarado como um sinal de bruxaria. O maior empecilho, no entanto, atendia por Catarina de Aragão. A mulher de Henrique recusou a anulação do casamento. Apoiado pelo povo, Henrique expulsou a Igreja Católica de seus domínios — e Catarina, por extensão.

A posição de amante do rei trazia uma série de privilégios — lembra a historiadora Mary del Priore, autora de mais de 40 livros sobre comportamento e sexualidade, entre eles “História do amor no Brasil” (editora Contexto). — Até o século XVIII, ter uma “favorita” era fundamental para construir a imagem viril do monarca.

Mas nem sempre a história terminava bem. O próprio Henrique VIII irritou-se com a dificuldade de Ana Bolena para dar à luz um varão. Já envolvido com outra jovem, o rei acusou sua mulher de adultério. Depois de um rápido julgamento, terminou decapitada.

A lista de affairs decepcionantes inclui outro rei conhecido por seu autoritarismo. Em 1667, o francês Luís XIV trocou a amante oficial, Madame de la Vaillère, por uma amiga íntima, Madame de Montespan. O “Rei Sol” acolheu seus sete filhos e lhes cedeu privilégios e títulos — um deles, por exemplo, já era coronel aos 5 anos. A relação ardente derreteu 12 anos depois, quando a polícia prendeu uma suposta vidente da amada, um tipo que anunciava publicamente seus dons para livrar os clientes de inimigos. No fim da investigação, conhecida como “caso dos venenos”, foram descobertas dezenas de pessoas que se apresentavam como magos, feiticeiros, alquimistas e envenenadores no submundo do Palácio de Versalhes.

Luís XIV queimou documentos que comprovariam o envolvimento de Madame de Montespan com a laia. A amante continuou hospedada na sede oficial do governo, mas foi deslocada para apartamentos menores e afastados do rei, que não lhe dirigia mais a palavra.

— Se a amante se mostrava ambiciosa e intrigante, capaz de prejudicar os interesses do reino, a rejeição do povo era total — ressalta María Pilar. — No entanto, em outras ocasiões, quando se acreditava que ela exerceria uma influência favorável, poderia ser tolerada e inclusive admirada. Foi o caso da Madame de Pompadour, amante do francês Luís XV, que atuou como mecenas de Voltaire e Diderot.

Além das aristocratas, algumas mulheres que chegaram aos aposentos reais vieram das classes baixas. Em Veneza, a mais famosa delas era Verônica Franco. O nome da cortesã consta na edição de 1572 do catálogo “Tarriffa delle putane”, uma lista com o nome das 215 prostitutas mais prestigiadas da cidade. Estudante aplicada dos costumes sociais, recebeu em 1574 uma importante missão. Foi oferecida pelo governo por uma noite a Henrique III, futuro rei da França, que visitaria a cidade, ansiosa por uma aliança com os gauleses. Teve uma excelente performance — conseguiu agradar a um rei que preferia viajar com rapazes vestidos de mulheres.

Muitas pobres e famintas tinham de recorrer à prostituição. Tornar-se uma cortesã era como ganhar na loteria — compara a americana Susan Griffin, autora de “O livro das cortesãs: um catálogo das suas virtudes” (editora Rocco). — Eram mulheres excepcionais. Elas não tinham como apelo apenas a beleza física, mas também a sensualidade e a cultura. Precisavam aprender dotes como arrumar o cabelo e tocar piano, que faziam parte da educação das aristocratas. Elas precisavam ser muito diferentes do meio em que foram criadas.

CIÚME E CUMPLICIDADE

Segundo María Pilar, cada rainha reagia de uma forma à presença das “favoritas”.

— Algumas rainhas, para se sentirem livres, procuravam “distrações” para o marido. Foi o caso de Elisabeth II da Áustria, que propiciou a relação de seu marido, Francisco José I, com a atriz Katharina Schratt — destaca. — Outras eram terrivelmente ciumentas, como Catarina de Médici. Quando morreu seu marido, o rei francês Henrique II, ela apreendeu todas as posses de sua amante, Diana de Poitiers.

No Brasil, o imperador D. Pedro I e Domitila de Castro Canto e Melo protagonizaram o maior escândalo de infidelidade conjugal da monarquia.

Domitila tinha uma astúcia extraordinária — assinala Mary. — Pedro foi profundamente apaixonado por ela. Deu-lhe o título de marquesa e prometeu uma vida na Corte. Por influência de um professor do imperador, leram um livro sobre as amantes de Luís XIV. O imperador, então, tentou recriar a imagem da monarquia com as “favoritas”, o que era uma humilhação à imperatriz Leopoldina.

Segundo Mary, hoje, a história na monarquia é outra: ninguém fica casado se está infeliz. E a rede de alianças entre impérios e amores clandestinos ficou para trás.

Este texto foi escrito por Renato Grandelle e originalmente publicado em O Globo

Simone e Sartre

Posted in Comportamento, Relacionamento, Romance with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on setembro 1, 2014 by Psiquê

Este post foi inspirado no excelente texto de Amanda Maciel Antunes para o site Obvious sobre o casal mais interessante e brilhante da literatura, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir. Simone é conhecida por suas contribuições para a difusão dos valores feministas no mundo, tem várias obras neste tema, mas a matéria de Amanda traz um novo olhar sobre o tema, que foge um pouco ao viés romanceado que permeia muito do que é dito sobre o casal. Porém, muito mais coerente com a bandeira que ambos levantaram ao longo da vida.  

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 Uma história de vida fascinante e enlouquecida. Mentes brilhantes explorando o jogo dos sexos, confrontando a mentalidade hipócrita dos mortais e a oposição entre masculino e feminino.

 

“Encontrar um marido é uma arte; Manter é um trabalho.” Simone de Beauvoir

“Ambos foram umas das mentes mais brilhantes que já existiram. Com inúmeros livros e sabedorias que nos ensinam até hoje. Ela, sua companheira ao longo da vida, pioneira do feminismo. Ele, um mito filosófico, um verdadeiro gênio.

Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram, talvez, o casal mais influente do século 20. Eles nunca se casaram, mas juraram devoção mútua um ao outro com total liberdade, uma tentativa de derrubar a hipocrisia sufocante que, por tanto tempo, tinha ditado a vida das pessoas. Sempre empurrando novas fronteiras, eles exploraram os seus pensamentos em romances, peças de teatro e obras filosóficas. Ele ganhou o maior prêmio literário do mundo, o Prêmio Nobel. No entanto, ele se recusou a aceitá-lo porque pensou que faria dele uma figura estabelecida e, portanto, silenciar sua mente inquiridora.

Suas vidas privadas eram totalmente experimentais. Simone de Beauvoir teve casos com homens e mulheres, enquanto Sartre, apesar de sua estatura atrofiada e vesgo, sempre foi cercado por musas adoradores, felizes por cuidar de seu gênio. Quando morreu, em 1980, mais de cinquenta mil pessoas saíram às ruas de Paris. Mas isso não foi o fim da história. Sua influência continua até hoje, nos livros e sabedoria duradoura.

Por outro lado, de Beauvoir se tornou uma figura emblemática do feminismo e da luta pela igualdade entre os sexos. Ela pregava seu ideal de independência feminista e da igualdade, evitando tais ‘burgueses’ conceitos como casamento e filhos, e reivindicando que as mulheres devem se comportar exatamente como os homens, a verdade é que tal estilo de vida a deixou amargamente infeliz e ela tornou-se obsessivamente ciumenta de incontáveis ​conquistas de Sartre.

Não pensem que escrevo este artigo a favor do estilo de vida, um assunto a parte. Apenas observo uma história de vida fascinante e enlouquecida. Mentes brilhantes explorando o jogo dos sexos, confrontando a mentalidade hipócrita dos mortais e a oposição entre masculino e feminino.

Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir se conheceram como estudantes em Paris, em 1929. Simone havia decidido se formar professora do ensino médio, uma posição apenas para as mulheres. Ela foi uma das primeiras mulheres a fazer os exames na Universidade Sorbonne de Paris. Sartre, três anos mais velho e impulsionado por um ódio de seu padrasto, era um ladrão e um adolescente rebelde, até que ele percebeu que os seus resultados escolares brilhantes o tornaram um ímã para as mulheres. Na Sorbonne, Sartre gostava de chocar seus colegas. Em um baile, ele apareceu nu, em outras ocasiões, ele desfilou uma prostituta em um vestido vermelho. Mas quando conheceu a bela e jovem Simone estava em transe. Ela era tão inteligente quanto qualquer homem e, também desencantado com sua família burguesa, ela compartilhou o seu fascínio com o submundo de Paris. No último teste da universidade, em que ele passou em primeiro lugar, e ela em segundo lugar, Sartre propôs casamento. Simone se recusou, não por qualquer razão filosófica, mas porque ela estava dormindo com um de seus melhores amigos. E assim, em 1 de outubro de 1929, Sartre sugeriu seu pacto: eles teriam um amor permanente “essencial”. Eles juraram fidelidade um ao outro, mas teriam casos, um relacionamento aberto.

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Até que durante a Segunda Guerra Mundial, quando Sartre foi chamado e seus jogos de sexo continuaram através de cartas, deixada para trás em Paris, Simone continuou a seduzir homens e mulheres, escrevendo as descrições excitantes de suas atividades para Sartre, que revelam sua crueldade e a vulnerabilidade de suas conquistas. Quando ele finalmente voltou a Paris, ele a ignorou completamente e foi morar com sua mãe. Simone jogou-se no trabalho e, depois de uma visita pela América em 1947, escreveu seu livro mais importante, O Segundo Sexo.

Os americanos não gostavam dela beber, zombavam de suas roupas e eles perceberam que ela não gostava das faces insípidas de mulheres americanas que faziam de tudo para agradar seus homens. Porém, a mulher americana que ela realmente não gostava era, naturalmente, a sua rival: Dolores Vanetti. E foi para se vingar de Dolores e Sartre que ela caiu na cama com o escritor Nelson Algren Chicago. Os dois tinham muito em comum. Algren era um boêmio, um rebelde, um esquerdista e bebia tanto quanto Simone. Quando Simone descobriu a união de Sartre e Dolores, atordoada pela sua rejeição, se deixou levar por Algren. Ela tinha 39 anos, sem um amante durante muitos meses, e agora, pela primeira vez em sua vida, ela se apaixonou. Algren lhe comprou um anel de prata barata que ela usaria pelo resto de sua vida. Mas ele não estava preparado para a fidelidade de Simone a Sartre. Embora tenha professado em muitas cartas que ela o amava apaixonadamente, ela não deixaria Jean-Paul. Simone e Sartre continuaram a se comunicar por cartas, encontros, escapadas. Eles nunca se abandonaram. Mesmo ambos tendo relações sólidas e passageiras, a amizade e a admiração pela mente os uniam.

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“Eu sou muito gulosa”, escreveu ela. “Eu quero tudo da vida, eu quero ser uma mulher e ser homem.”

Após sua morte, Sartre foi deixado sozinho com Simone no hospital, e ela se se deitou sob o lençol para passar uma última noite com ele. Foi então que ela escreveu o seu epitáfio para o túmulo niilista que acabaria por partilhar, desolada – “Sua morte nos separa, minha morte não nos reunirá”.

Finalmente, ela seguiu seu próprio caminho, mas em seu coração, sabia que seguia sozinha apenas por ter vivido além dele.”

Autoria: Amanda Maciel Antunes – Uma estrangeira em terra de estrangeiros. Contadora de histórias. Artista. Figurinista. E cheia de vida. De esperança. De um monte de bobagens também.

 

Eros e Psiquê

Posted in Curiosidades, Relacionamento, Romance with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on julho 28, 2014 by Psiquê

Hoje este blog ganhou uma nova face, depois de longos anos, encontrei uma personagem linda que reflete parte do encantamento feminino que sempre busquei retratar aqui. Psiquê é quem escreve e compartilha seus sonhos, ideias e desejos com vocês. Claro que os mitos servem para encantar nossas vidas em termos figurado, mas a nosso modo, vamos discutindo o mundo feminino desde suas origens até os dias de hoje com todas as mudanças que a vida nos proporciona.

A história de Eros e Psique, contada por Adília Belotti

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(…) Há muito, muito tempo, quando os deuses ainda viviam entre os homens, havia na Grécia um rei que tinha três filhas. Todas belíssimas, todas em idade de casar. (Por favor, recordem-se, casar naqueles tempos era o mais importante ritual de passagem, e não só para as mulheres)…

Falei que as filhas do rei eram belas, mas a mais nova delas, Psiquê, era mais do que bela. As palavras humanas não davam conta de descrever seus encantos e os milhares de pretendentes que chegavam ao reino, atraídos pela fama das irmãs, sentiam-se indignos diante dela e sequer ousavam pedi-la em casamento. O reino fervilhava, gente de todos os outros reinos vinham em romarias e se deixavam ficar pela cidade, apenas esperando ver a jovem princesa passar; músicas e poemas eram escritos em sua homenagem, mas Psiquê, no alto do castelo de seu pai, continuava solitária: nenhum homem podia se apaixonar por uma mulher bela como uma deusa…

A fúria de Afrodite
E como os deuses não costumam tolerar os arroubos divinos dos humanos… Afrodite estava mais do que furiosa! Como ousava uma mortal ser mais bela do que a própria Deusa da Beleza? “Vê, Grande Mãe da Natureza, origem de todos os elementos, observa como tu, que és a alma de todo o universo, estás dividindo as honras da majestade com uma simples mortal e como teu nome está sendo profanado pelos humanos!”, resmungava a deusa para si mesma.

Chamou seu filho – quem senão Eros – o Deus do Amor e mandou, como só mandam as mães: Psiquê deveria se apaixonar perdidamente pelo mais horrendo dos homens. E mal disse, partiu, deixando o filho com a imagem da princesa. Partiu Afrodite, solene, para o mar, onde nascera, e que se abria encantado a cada vez que a deusa tocava os pés nas brancas espumas…

O destino de Psiquê
Enquanto isso, desesperado com a situação da filha mais nova, o rei havia decidido buscar os conselhos do oráculo do deus Apolo: “Vista a princesa de luto, leve-a à mais alta rocha à beira do mar. Lá, uma serpente alada virá buscá-la e a transformará em sua esposa!”. Terrível profecia! Mas como os gregos não costumavam discutir os conselhos dos deuses, a bela Psiquê foi levada em cortejo pelas ruas para cumprir seu destino, em meio às lágrimas e à tristeza de todos.
Mas qual seria o destino de Psiquê? Sem querer – ops, como pode uma deusa fazer algo sem querer? – Afrodite não tinha apenas alterado o futuro de sua rival. Sozinho com a imagem da jovem, Eros havia se apaixonado, irremediavelmente…
Uma pausa, só para perguntar se você reconhece por detrás do cenário os temas universais que tornam esta história fascinante ainda hoje?
Mas espere só para ver… é claro que será Eros em forma de “monstro alado” que vai resgatar Psiquê acorrentada no alto do rochedo. É ele que vai tornar-se seu esposo, com uma única condição: a princesa jamais poderia ver o rosto do marido! Parece fácil, não é? Mas todas as mulheres que um dia tentaram manter casamentos ou relações à custa de varrer para baixo do tapete os aspectos sombrios do parceiro ou da relação sabem que esta é realmente uma tarefa impossível.

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Curiosidade e revelação
E foi impossível mesmo para Psiquê. Embora feliz como um gato (parênteses: quer dizer, vivendo como uma rainha, rodeada de todo luxo de que precisava e com um marido amoroso que só via à noite e no escuro…) algo a incomodava. Um dia, alimentada pelas suspeitas das irmãs invejosas de sua riqueza, ela decide descobrir com quem estava realmente casada. Aproximou-se do marido e, pela primeira vez ousou olhar. E, imediatamente, apaixonou-se pelo Deus do Amor… Psiquê, aflitíssima, queria voltar atrás, fingir que nada havia acontecido, continuar sua vidinha, mas não era mais possível. A cera da lâmpada escorreu e pingou no rosto do deus adormecido…
E lá está a pobre Psiquê em prantos… Eros, indignado, vai embora sem ouvir as desculpas nem ligar para as lágrimas da esposa. E, de certa forma, é neste momento que a história começa de verdade. Porque, para recuperar o amor e a confiança do marido, Psiquê precisa percorrer um longuíssimo caminho.

A longa viagem da alma
Em grego, Psiquê significa “alma”. No momento em que conhece o esposo, a jovem se transforma em mulher, apaixona-se e precisa sair em busca de si mesmo. A história de Psiquê foi usada pelos estudiosos como analogia para a história do desenvolvimento da alma. E não são fáceis estes movimentos da alma. Assim como a jornada de Psiquê, o caminho do autoconhecimento e do amor verdadeiro é cheio de perigos, cheio de armadilhas. Nenhum herói se faz sem provar sua coragem e sua competência. Psiquê é uma história de heróis, feminina…
Quando parte em busca do amado, Psiquê está absolutamente só… mas grávida (talvez porque as mulheres, quando decidem percorrer seu caminho feminino, nunca estejam de fato sós; talvez porque toda decisão de mudança faça germinar uma semente de possibilidades). Mesmo assim, nem os outros deuses se atrevem a ajudá-la. Finalmente, é levada até a própria Afrodite que, como não poderia deixar de ser, uma vez que este é um legítimo conto de fadas, impõe à moça várias tarefas, para testá-la ou para destruí-la. As tarefas de Psiquê
Seu primeiro trabalho é separar um gigantesco monte de grãos variados em pilhas organizadas. E como não podia pedir ajuda aos deuses, Psiquê chama pelas pequenas criaturas da terra e as formigas vêm em seu auxílio. Depois desta, Afrodite manda a nora trazer a penugem de ouro que cobria a pele de uns carneiros ferozes que vagavam pelos campos. Mais uma vez, quem salva a moça é uma criatura da terra, um junco que lhe dá bons conselhos: “seja paciente, menina, aguarde o momento certo. Quando cair a noite, os ferozes carneiros não vão parecer tão ferozes, nem tão ameaçadores para quem traz em si a semente do feminino”…
Para completar a terceira tarefa, Psiquê deve trazer a água da fonte que alimenta os rios infernais, no cume de um rochedo. Desta vez, quem vem ajudar a jovem é a águia de Zeus, a pedido de Eros, que começava a sentir saudades da esposa. Afrodite dá ainda à moça uma última tarefa. A mais difícil. E se você – que está lendo – é mulher, vai concordar… Psiquê deve descer até as profundezas do mundo subterrâneo e pedir o creme de beleza de Perséfone, a rainha do Hades. Quando a moça já vem vindo de volta, quase chegando, quase vitoriosa, não resiste e abre a caixinha, na esperança de passar na pele um pouquinho só do creme mágico e tornar-se mais bela… para Eros. E no mesmo instante, é envolvida pelo sono da morte! Não, nem adianta se impacientar com a vaidade da moça.

Vaidade e “fracasso”
Erich Neumann, que conta a história no belo livro Eros e Psiquê, comenta: no momento em que escolhe o fracasso de forma tão paradoxal, Psiquê realiza seu destino feminino (lembram que eu falei que esta é uma aventura, com heróis e tudo, mas heróis femininos…). E obtém o perdão de Afrodite, que reconhece na moça que desiste de tudo por amor um pouco de si mesma.

E é um Eros que não tem mais nada do menino ferido, que busca abrigo nas pregas da saia da mãe, quem vai acordar Psiquê. Ele devolve o sono à caixinha, toca a mulher com a ponta de suas asas e diz a ela para ir cumprir sua tarefa até o final, sem medo… É ele que vai ao Olimpo solicitar a benção dos deuses para o casamento. E é ele que pede a Hermes, o deus-guia, que conduza Psiquê à sua nova e eterna morada.

Final feliz e recomeços
A história acaba como devem acabar todas as histórias: os deuses comemoram as núpcias de Psiquê e Eros com um grande banquete. Zeus oferece à jovem o néctar da imortalidade. Afrodite, a Grande-Mãe, ora terrível, ora bela, apaziguada, recebe sua nora. E juntas celebram o mistério do nascimento e do renascimento, quando Psiquê dá à luz uma menina, Volúpia… que vai ser chamada também, Deleite ou Bem-aventurança. Expressão mais do que feminina da união entre o humano e o divino…

Marquesa de Santos

Posted in Cultura e Arte, Curiosidades, Romance with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on janeiro 24, 2014 by Psiquê

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Ontem, assistindo a alguns vídeos históricos sobre mulheres que viveram no Brasil, deparei-me com a história de duas mulheres, a D. Leopoldina, Imperatriz do Brasil e da Marquesa de Santos, que foi amante de D. Pedro I e bastante influente durante o período. Ambas foram grandes mulheres, envolvidas ativamente no pensamento político do país, mas nesta postagem, resolvi compartilhar com vocês um pouco da história da Marquesa.

“Durante o século XIX, a condição da mulher era cercada por rígidos padrões morais que determinavam o seu lugar em uma sociedade dominada por homens. No entanto, as exigências de recato e subserviência nem sempre acabavam por selar o destino de todas as mulheres do Brasil Imperial. Escapando dos valores da época, é possível encontrar várias histórias em que mulheres extrapolaram seus limites estabelecidos para viver outra espécie de destino.

Entre esse singular tipo de mulher, podemos enquadrar a bela e jovem Domitila de Castro Canto e Melo. Nascida em São Paulo de Piratininga, em 27 de dezembro de 1797, a filha do coronel reforma João de Castro Cantão e Melo e de Escolástica Bonifácio de Toledo Ribas, marcou os primeiros e conturbados anos do Brasil Império. Um pouco antes disso, já congregando fervorosos admiradores na juventude, ela se casou com apenas quinze anos de idade.

Esse primeiro casamento acabou em rápida separação, o que levou a jovem retornar à fazenda dos pais. No decisivo ano de 1822, quando a independência seria consumada, foi que a bela jovem paulistana teria o seu primeiro encontro com Dom Pedro I. Deixando à parte os detalhes do primeiro encontro (sobre o qual existem diferentes versões) vemos que o enlace do casal, logo impeliu nosso jovem imperador a colocar a bela Domitila mais próxima de seus olhos.

No ano de 1823, ela se mudava para a cidade do Rio de Janeiro, onde residiu inicialmente na Quinta da Boa Vista. Casado com Leopoldina de Habsburgo, Dom Pedro I chocava a sociedade da época ao sustentar seu caso extraconjugal sem a mínima preocupação de encobrir a amante ou sustentar a imagem de uma autoridade respeitável. Ao tornar a amante primeira-dama da imperatriz e assumir a paternidade de Isabel Maria, primeira filha com Domitila, D. Pedro I inquietava a opinião pública.

Com a seguida morte da imperatriz, os ataques ao romance intensificavam-se ainda mais. Vários ministros renegavam o poder de influência e as aspirações de uma mulher que tanto chamava a atenção do imperador do Brasil. Em diferentes ocasiões, D. Pedro I demitiu esses ministros e outros funcionários que discordavam de sua aventura amorosa. À medida que a paixão se ampliava, o imperador concedeu os títulos de viscondessa e marquesa de Santos para sua amante.

Para muitos, a ação daquela mulher moldava o comportamento político do imperador e sua grande ambição seria ocupar a condição de Imperatriz do Brasil. Entretanto, contrariando às expectativas, Dom Pedro I acabou escolhendo Amélia Beauharnais, a Duquesa de Leuchtenberg, como mulher de posição mais adequada para estar ao seu lado no governo imperial. Mediante o novo e inesperado matrimônio real, o relacionamento entre o imperador e a marquesa de Santos chegava ao seu fim.

Voltando grávida de seu último filho com D. Pedro I à São Paulo, a marquesa de Santos resolveu domiciliar-se na chácara de Francisco Ignácio de Souza Queiroz. Nesse tempo, passou a constituir uma nova relação com o coronel Rafael Tobias de Aguiar, com quem se casou em 1842. Teve seis filhos com esse seu novo marido, passou a ajudar pobres, doentes e estudantes, e ficou viúva em 1857. Dez anos mais tarde, aos setenta nos de idade, ela veio a falecer deixando um vasto patrimônio.

Autoria de Rainer Sousa (Graduado em História), Equipe Brasil Escola

A paixão e a influência:

“Durante sete anos, de 1822 a 1829, viveria o maior e mais longo escândalo sexual do Brasil. Amante de d. Pedro I, este a fará Dama Camarista da Imperatriz, cargo que a colocava acima das demais damas do paço e na escala dos semanários, ou seja, ao menos uma vez por mês moraria junto com os imperadores.

D. Pedro, jovem e no auge do poder, pouco fez para esconder o caso, o que lhe dificultaria muito na Europa a busca de uma nova esposa após a morte de d. Leopoldina, em dezembro de 1826. Jornais na Europa chegariam até a culpar d. Pedro e Domitila da morte da imperatriz. O nome da Marquesa de Santos foi constante nos relatórios dos diplomatas estrangeiros no Rio de Janeiro. Sua proximidade com o imperador atraía para si desde comerciantes estrangeiros querendo a liberação de uma carga no porto até o enviado de Sua Majestade Britânica, Sir Charles Stuart, encarregado das negociações do reconhecimento da independência do Brasil com Portugal.

Após quase um ano de negociações, finalmente surgiu uma noiva, a princesa Amélia de Leuchtenberg, neta do rei da Baviera e da ex-imperatriz dos franceses, Josefina, esposa de Napoleão. Ela aceitou a proposta de d. Pedro, e assim Domitila foi substituída na cama e no coração do monarca por uma garota de 17 anos, que podia ser filha da Marquesa”.

Mais detalhes da história da Marquesa de Santos podem ser encontrados aqui.

A Casa da Marquesa em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, encontra-se em fase de restauro. Lá funciona o Museu da Moda Brasileira.

“Joia arquitetônica do Rio de Janeiro e do Brasil, a Casa da Marquesa de Santos foi presente do Imperador D. Pedro I para Domitila de Castro Canto e Melo, a Marquesa de Santos, em 1827. Raro exemplar arquitetônico do século XIX, é uma das primeiras edificações tombadas pelo IPHAN, em 1938. Projetada por Jean Pierre Pézerat, arquiteto do Imperador, é adornada com pinturas decorativas de Francisco Pedro do Amaral e trabalhos em estuque dos irmãos Ferrez. A Casa da Marquesa apresenta uma aura graciosa e romântica, mesclando temas do universo feminino com o universo neoclássico (…)O Museu da Moda Brasileira será o primeiro museu brasileiro dedicado ao universo dos costumes e da moda no Brasil. Em um conceito inclusivo e aberto, os acervos permanentes reunirão peças do cotidiano à alta costura, do passado ao futuro e da moda de todos nós. Além disso, o Museu promoverá exposições temporárias, itinerantes e receberá exposições internacionais.”

Livros que mencionam parte da história desta personagem:

A Carne e o Sangue, de Mary del Priore

A Marquesa de Santos – 1813 -1829, de Paulo Setúbal

Titília e Demonão, de Paulo Rezzutti

Domitila, A verdadeira história da Marquesa de Santos, de Paulo Rezzutti

Em 1984, a Rede Manchete veiculou a minissérie intitulada, Marquesa de Santos, baseada no livro de Setúbal e foi um verdadeiro sucesso.

Mais detalhes que Paulo Rezzutti releva, leia aqui.

Outro texto bem legal sobre o relacionamento entre a Marquesa e D. Pedro I, é o intitulado Paixão e sexo na corte brasileira: D. Pedro I e a marquesa de Santos, de Renato Drummond Tapioca Neto. Leia, vale a pena conferir.

 

Sexo e relacionamento

Posted in Erotismo, Relacionamento, Sexo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 23, 2013 by Psiquê

Li o texto do Fábio Rodrigues no blog Papo de Homem, intitulado Sexo não é tão essencial para um relacionamento e achei bem interessante a forma como ao tema é abordado.

O que mais gostei foi a parte do texto que fala sobre o sexo sem sexo: “É possível comer uma mulher sem tocá-la. Transar é só o jeito mais grosseiro e desesperado de exercer penetração, alcance e acolhida. Tem outros jeitos para se fazer a mesma coisa. E ela vai mostrar todos os sintomas de estar sendo comida: vai ter brilho no olho, ficar soltinha, se sentir segura, feliz, satisfeita, se deixar conduzir, enfim, o pacote completo. E o homem, da mesma forma, vai se sentir realizado, estável, confiante.”

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Leia na íntegra o texto abaixo:

Estamos habituados a pensar e sentir que um relacionamento é bom quando tem paixão, sexo, intensidade, e que não é bom quando não tem essas coisas.

Claro, não é um problema existir paixão, sexo e intensidade. É excelente. O problema é acreditar que isso seja a melhor base para o relacionamento, o melhor critério de qualidade, que sem isso algo esteja errado.

Não há como sustentar o jogo sexual por muito tempo (e nem é preciso). Se apostarmos nisso e o tomarmos como referencial, quando ele flutuar – e ele vai flutuar – vamos dizer que a relação entrou em crise, perdeu qualidade. Ora, quem disse que esfriar é algo negativo?

Diante da ausência desse calor, normalmente ficamos aflitos e 1) tentamos recuperar a intensidade, “apimentar a relação” (o que obviamente não dura), 2) acabamos a relação e procuramos outra que tenha “química” (para repetirmos o problema mais tarde), 3) tentamos estabelecer outra base para a relação, que não tenha sexo e paixão como eixo principal.

“O antídoto para a apatia não é “manter o fogo”, prolongar a paixão inicial, “apimentar a relação”. Focar no próprio relacionamento, usar a criatividade, explorar fantasias, viajar junto; tudo isso funciona, claro, mas não dá para manter tal frescor por muito tempo. O antídoto para apatia em um casal encontra-se na vida dele e na vida dela, não tanto no próprio casal. Está mais no “Eu” e menos no “Nós”.

Se ele se movimenta de modo positivo, se tem brilho nos olhos, se enriquece a vida dos outros, se anda no mundo com uma visão ampla. Se ela está sempre em desenvolvimento, cada vez mais inteligente, radiante e livre, se dança pelo mundo, se também tem brilho nos olhos e sentido na vida. É isso o que livra o casal da apatia: a energia que eles movimentam por si só, sem o apoio do outro. É essa a energia que eles trazem para a relação, que se multiplica quando vira “Nós”.”

Gustavo Gitti

A verdadeira base do sexo

Não é necessariamente um problema haver pouco sexo entre um casal. O problema é não haver essa energia dinâmica que dá vida pra relação – e que por um tempo brotou por meio do jogo da paixão e do sexo.

Há um nível sutil de sofrimento no esforço pra sustentar esse jogo rolando, mesmo enquanto o relacionamento é tido como bom, com sexo de qualidade e tudo mais. O fogo exige uma manutenção constante. Na verdade, já sofremos só de imaginar a paixão flutuando, e vamos sofrer muito mais quando ela oscilar de fato – tudo na exata medida em que alimentamos esperança e expectativa de que a experiência que temos no relacionamento se sustente.

Acredito que as coisas tendem a funcionar melhor pra um casal (e o sexo pode ter melhor qualidade) quando o homem assume o papel daquele que busca, que alcança, e a mulher assume o papel daquela que tem que ser buscada, alcançada, percorrida, dominada, segurada, penetrada. A qualidade do jogo, então, depende da maestria que os dois têm em brincar, cada um no seu papel. No nosso caso, do quanto conseguimos ser bons caçadores, buscadores, do quanto conseguimos oferecer acolhimento, firmeza, chão e penetração.

Porque quem está fugindo não quer ser pego, e quem quer pegar na verdade não quer pegar – o que se quer é que o jogo e o movimento sejam mantidos. É daí quem vem o tesão, o brilho, a vivacidade – do jogo, do movimento, da dança. Penso que esta seja a verdadeira base do sexo, e que ela pode ser ativada e alimentada mesmo sem atividade sexual.

Resolver o jogo implica em monotonia e falta de movimento; manter o jogo supõe seguir o movimento. Eu diria ainda mais: esse movimento supõe algum nível de liberdade, que por sua vez supõe algum nível de insegurança e medo. Ou seja, a própria coisa que desejamos banir das relações é o que cria a tensão que as mantém. A liberdade, o medo e a insegurança são a eletricidade que gera o magnetismo.

“Todo amor luta para enterrar as fontes de sua precariedade e incerteza, mas, se obtém êxito, logo começa a enfraquecer – e definhar.”
–Zygmunt Bauman

Sexo sem sexo

É possível comer uma mulher sem tocá-la. Transar é só o jeito mais grosseiro e desesperado de exercer penetração, alcance e acolhida. Tem outros jeitos para se fazer a mesma coisa. E ela vai mostrar todos os sintomas de estar sendo comida: vai ter brilho no olho, ficar soltinha, se sentir segura, feliz, satisfeita, se deixar conduzir, enfim, o pacote completo. E o homem, da mesma forma, vai se sentir realizado, estável, confiante.

Com uma carinha de felicidade como essa, a penetração pode ser a última das importâncias

Quando o casal percebe essas coisas, uma nova base já está estabelecida. E esta base já é bem menos flutuante e estreita do que a primeira. Aí há chances de que a intensidade reapareça de outras formas, sem depender tanto do sexo em si. Eventualmente até mesmo sem precisar de uma relação amorosa.

É possível (ainda que bem raro) que os dois entendam essa dinâmica toda e trabalhem lado a lado pra diminuir o potencial que têm pra sofrer quando a sustentação desse e de qualquer outro jogo flutuar.

Agora, curiosamente, esse processo parece fazer com que a pessoa se torne mais brilhante e atrativa, inclusive sexualmente.

Relacionamentos amorosos também não são tão essenciais assim

É um problema colocar os relacionamentos no centro da nossa vida, como se todas as possibilidades de movimento que temos dependessem desse eixo, exclusivamente.

Não quero, com isso, dizer que os relacionamentos não mereçam nossa atenção, que eles não sejam valorosos e possam nos ajudar a construir vidas boas e saudáveis. Mas o ponto é que eles podem fazer isso, só podem, como muitas outras coisas podem.

Penso que uma maneira mais verdadeira pra dar ânimo no relacionamento, pra fazê-lo ter um sentido natural, fluido, é nós mesmos encontrarmos um sentido em nossas vidas. Isso pode ser feito de forma independente um do outro. Independentes, mas ainda assim juntos, apoiando-se mutuamente.

De onde vem o tesão?

Particularmente eu entendo que uma das coisas (talvez a principal) que torna a pessoa desejável é a medida que ela nos é inalcançável.

Em “Sin City”, Marv vê em uma prostituta, a sua deusa inalcançável

Por um lado, nós desejamos a pessoa porque há uma dimensão nela que não entendemos bem, que nos escapa – um nível de liberdade e mistério que até mesmo nos assusta um pouco. Essa dimensão é o que nos atrai, nos incita e nos move em sua direção. É como se houvesse uma vontade de entender e dominar aquilo, de resolver a questão, de subjugar, descobrir, atravessar e desnudar o outro.

Por outro lado, para a pessoa que tem sua medida de inalcançabilidade surge também excitação quando ela tem a perspectiva de ser alcançada, descoberta, desnudada. A excitação sexual viria do “cair das máscaras”, de descobrir e alcançar ou de ser descoberto e atravessado, mesmo que apenas de forma momentânea e condescendente. As duas coisas acontecem juntas.

Isso parece explicar o motivo porque existe excitação sexual com coisas como tapa na cara, fantasias de  dominação e submissão, bondage etc. Já viram casos no quais a mulher é fodona na vida, chefe, autoritária, brava, e na cama gosta de ser submissa? Então, o tesão vem de ser alcançada, descoberta, desprovida de sua encenação, de afrouxar a tensão criada pela encenação dos papéis cotidianos.

Tais posições, de quem busca e de quem é buscado, são assumidas pelos dois ao mesmo tempo e em alguma medida, bem como podem ser encenados com maior predominância por um ou por outro de forma alternada, ou ainda ser encenado por uma das pessoas pela vida inteira. E os dois podem estar conscientes disso ou não.

Eis porque é comum surgir esse problema de falta de tesão no casamento. Os dois se conhecem demais. Sabem tudo um do outro. Já sabem e adivinham cada movimento, cada pensamento. As dimensões de inalcançabilidade ficam mínimas, quase inexistentes. Aí não há incitação, desafio, vontade de dominar, assegurar, descobrir, abarcar, atravessar.

A solução pra isso então seria fazer ressurgir algum nível de tensão no relacionamento. Se temos tesão pela vida, se nos movemos mais livremente, se nossa presença ativa a dimensão de espanto e incerteza que já existe o tempo todo, criamos causas e condições para que o jogo se estabeleça mais facilmente e de modo mais lúdico. Essa dinâmica então é percebida pelo parceiro ou parceira, mesmo que indiretamente, e eis que a dança pode começar.

Apenas uma noite

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 9, 2013 by Psiquê

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No último final de semana assisti ao filme, Apenas uma noite, o qual foi objeto da conversa no meu almoço de ontem. Eu gostei do filme e a despeito de algumas críticas negativas que encontrei, compartilho com vocês uma crítica que se aproxima bem mais da minha percepção. O que mais gostei no filme, foi o fato de apesar dos conflitos que os dois carregam, as reflexões morais não conduzem o filme para um lado ou para o outro…

“Apenas uma Noite é a estreia da iraniana Massy Tadjedin na direção, e com certeza merece um olhar todo especial. Tendo sido “A” sensação do Sundance Film Festival, o filme retrata o declínio de um casamento, tendo como base a suspeita de uma traição e um amor inesquecível. O casal protagonista formado por Keira Knightley e Sam Worthinton esbanja simpatia, e a história assinada pela própria diretora é muitíssimo bem contada.

Os filmes que trabalham conflitos amorosos do passado geralmente optam por problematizar eticamente a traição, a separação, e geralmente a ideologia da família nuclear se fixa como válida, dando o tom clichê da obra em questão. No caso de Apenas um Noite, para além das preocupações morais e impasses éticos, Joanna e Michael são tratados como seres humanos passíveis de sentimentos duvidosos em relação ao seu estado civil, embora ainda exista amor entre os dois. A chegada do ex-namorado de Joanna e a viagem de Michael com a secretária divide o foco das atenções, e a incrível montagem paralela de Susan E. Morse (editora dos filmes de Woody Allen de 1979 a 1998), não permite que o marasmo ou a perda do ritmo narrativo aconteça um único momento.

A fotografia urbana e escura do ótimo Peter Deming transmite às imagens a frieza que toma conta do relacionamento principal, que já abalado, aparece em conflito com novos objetos de desejo pelo meio do caminho. O mesmo vale para a trilha sonora precisa e pontual, marcada pela sensibilidade das cenas, optando por uma propícia variação musical ao piano. As atuações são um caso à parte. Keira Knightley está mediana, mas vale dizer que nesse filme, faz um trabalho muito interessante. Sua personagem ultrapassa poucos centímetros a linha de mudança, e a atriz consegue transmiti-la para o espectador com muita competência e carisma. Sam Worthinton não tem espaço para mostrar muita coisa, de modo que sua atuação aqui pode passar desapercebida. Quem realmente brilha é o francês Guillaume Canet e o novaiorquino Griffin Dunne, duas personagens muitíssimo bem construídas e com atuações deliciosas. Eva Mendes é a bela amante de Michael, mas não se destaca além da média.

Sem pretensões cult e com um final sugestivo, Apenas uma Noite é um desses filmes para uma sessão a dois, ou mesmo para uma sessão solitária, numa tarde chuvosa ou fria. Trata-se de um filme tecnicamente muito bem executado, e que concentra um nível mínimo de erros cênicos e narrativos. Não temos uma inovação nos dramas românticos ou uma proposta diferente no que se refere a um casal preso ao passado – ou a algo do presente que não pertença ao casamento; mas mesmo assim, a película se destaca com facilidade em meio à enxurrada de produções chochas e apagadas que insistem em trabalhar as questões matrimoniais.” Fonte: Plano Crítico

Apenas uma Noite (Last Night, EUA, França, 2010)
Direção: Massy Tadjedin
Roteiro: Massy Tadjedin
Elenco: Keira Knightley, Sam Worthinton, Anson Mount, Eva Mendes, Guillaume Canet, Griffin Dunne, Stephanie Romanov, Scott Adsit, Daniel Eric Gold
Duração: 90min.

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Jane Eyre

Posted in Comportamento, Cultura e Arte, Curiosidades with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 27, 2013 by Psiquê

Foi por acaso que mudei de canal e me deparei com um filme começado há pouco que me pareceu interessante.  As horas seguintes foram maravilhosas e não consegui parar de assistir. Trata-se do romance Jane Eyre, versão gravada em 2011 com Mia Wasikowska, como Jane e Michael Fassbender como Sr. Rochester. O filme é baseado em romance da escritora inglesa Charlotte Brontë, publicado em 1847. Confesso que mais uma obra que estou ansiosa para ler, depois de ter assistido a um filme, cuja personagem principal nos faz sentir tudo o que vive, desde os sentimentos de desamparo, solidão, euforia e felicidade, sem deixar de considerar o amor que ela e Rochester vivem.

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 Jane Eyre é a autobiografia ficcional da personagem principal. Conta como Jane, órfã de pai e mãe, vive infeliz na casa de uma tia que a detesta. Após um confronto com esta, Jane é enviada para uma escola, onde conhece os primeiros momentos de felicidade. Após seis anos como aluna e mais dois como professora, decide procurar uma nova posição. Encontra-a em Thornfield Hall, como preceptora da jovem Adèle, a pupila de Edward Rochester.

Quando finalmente conhece Rochester, ambos se apaixonam. A sensibilidade, os sentimentos, a pureza, a sinceridade de Jane encantam Rochester que passa a querer sua companhia constantemente.  Ele lhe propõe casamento e ela aceita. No dia do casamento, Jane descobre que Rochester já era casado, com uma mulher chamada Bertha, que conhecera na Jamaica e que entretanto enlouquecera. Para que ninguém soubesse, ele a mantinha escondida no sótão de Thornfield Hall. Perante isto Jane decide fugir. Após alguns dias de fome, é recolhida por St John Rivers e suas irmãs. Mais tarde vem a descobrir que não só herdou dinheiro de um tio, como os seus anfitriões são na realidade também seus primos diretos (algo que todos desconheciam) e, decidida a recompensá-los, divide a herança com estes. St John Rivers decide partir como missionário e levar a prima consigo, como esposa. Jane hesita e resolve descobrir o que se passara com Rochester, pois havia um ano que fugira de sua casa.

Vem a encontrá-lo cego e ao cuidado de dois criados fiéis, pois Thornfield Hall ardera em um incêndio provocado pela esposa enlouquecida, e ele perdera a vista e uma das mãos ao tentar salvar todos que lá viviam. Como Bertha se suicida jogando-se de cima da casa que está em chamas, Jane decide assim casar finalmente com ele.

Recomendo fortemente o filme. Imperdível!!! Eu fiquei encantada e querendo revê-lo desde o início, assim como ler a obra. Mais um para minha lista de próximas aquisições literárias.

Para aqueles que gostam de ler no tablet, encontrei uma versão de Jane Eyre em inglês, aqui. Eu, como ainda sou uma leitora tradicional, vou procurar meu livro nas livrarias.

Mia Wasikowska

A Duquesa

Posted in Comportamento, Cultura e Arte, Curiosidades with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 26, 2013 by Psiquê

Duquesa 1

No último final de semana assisti ao filme A Duquesa – The Duchess no original. O filme é baseado no livro de Amanda Foreman, intitulado Georgiana: Duquesa de Devonshire, conta a história de Georgiana Spencer (Keira Knightley), que casou-se aos 17 anos com William Cavendish, o Duque de Devonshire (Ralph Fiennes), que queria a todo custo ter um filho.

Com o título de Duquesa de Devonshire, Georgiana logo demonstrou sua inteligência e perspicácia perante a corte inglesa. Entretanto, ela não conseguia dar ao duque um filho, com todas as suas tentativas de ficar grávida resultando em abortos ou em filhas. Isto faz com que o relacionamento entre eles se deteriore, pouco a pouco…

Lady Georgiana Spencer era a filha mais velha de John Spencer, 1º Conde Spencer, um bisneto de John Churchill, 1.° Duque de Marlborough, e de sua esposa, Margaret Georgiana Poyntz. Lady Caroline Lamb, amante de Lord Byron, foi sua sobrinha. Outra mulher famosa da mesma família da Duquesa foi Diana, Princesa de Gales (1961-1997), uma descendente direta do irmão de Georgiana, George Spencer, 2º Conde Spencer.

Thomas Gainsborough - Lady Georgiana Cavendish_ Duchess of Devonshire

A jovem rapidamente cai nas graças do povo inglês. É adorada, seus vestidos e chapéus ditam moda e, como conseqüência, ela conquista poder e influência política. O único que parece não sucumbir aos encantos de Georgiana é seu próprio marido, que desde muito cedo flerta sem distinção, com empregadas e damas da sociedade. A duquesa, que a princípio se revolta, termina convencida por sua mãe de que o melhor seria aceitar e torcer para que logo dê à luz um filho homem. Assim, William não apenas se sentiria satisfeito com a esposa como a situação do casamento se estabilizaria.

Antes de sua primeira gravidez, Georgiana já se depara com o primeiro grande desafio de sua vida: é apresentada pelo marido a uma criança, obviamente filha dele com outra mulher, de quem ela deveria cuidar. Apesar de decepcionada,  a duquesa acaba educando a jovem menina como sua própria filha. A situação entre o casal piora quando nasce o primeiro fruto de seu casamento com William: outra menina.

Georgiana demonstrou sua inteligência e perspicácia perante a corte inglesa.  Vivendo a indiferença do marido, que colecionava amantes, associada à dificuldade de conceber um herdeiro homem, como o duque queria…

Foi a própria Georgiana quem apresentou o Duque de Devonshire à sua amante e futura segunda esposa, Lady Elizabeth Foster, filha do 4.° Conde de Bristol. “Bess” era a melhor amiga de Georgiana, que tolerou a traição por muitos anos…

Em dado momento, Georgiana cede aos encantos de Charles Grey e eles se apaixonam, um homem destemido, romântico e liberal. Os dois tiveram um envolvimento amoroso, mas o Duque de Devonshire, interviu no relacionamento, afirmando que se a Duquesa não deixasse Charles, seria impedida de ver seus 4 filhos. A Duquesa escolhe seus filhos, deixa Charles e descobre que está grávida de Charles Grey, uma menina, Eliza, depois retirada a força da mãe logo após o nascimento da criança e entregue ao tio de Grey.

Meses depois Georgiana reencontra Charles, descobrindo que ele estava noivo. A Duquesa passou uma vida amada por seus filhos. Ela se tornou uma das mulheres mais influentes da época.

Confesso que estou curiosíssima para ler o livro e quem sabe, também as cartas, escritas pela própria Georgiana, mostradas nos extras do DVD. Fiquei encantada com a biografia de Georgiana Cavendish, não é à toa que a Lady Di, descendente de sua família também tenha sido uma mulher encantadora.

“A história dessas duas mulheres tem muito em comum: ambas pensaram se casar por amor, mas viveram um casamento infeliz de conveniências presas a formalismos da sociedade. Foram mulheres à frente de seu tempo, feministas e conhecidas por seu apego ao povo – mais do que aos maridos infiéis.” (Trecho retirado do Portal Terra)