Arquivo para feliz

Nossos Tempos

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , on agosto 5, 2015 by Psiquê
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by Michael Burke

É impressionante a rapidez com que o tempo passa, as coisas mudam, as prioridades se alteram e os planos também. Eu acabo de me dar conta de que 2015 já passou da metade e parece que agora está começando. Tanta coisa mudou desde o seu início, mas como muitas destas mudanças independiam da minha vontade, somente agora, sinto-me mais apta a determinar os rumos que quero seguir: continuar meus planos e minha trajetória.

Eu gostaria inicialmente de agradecer por todos esses momentos de angústia e apreensão que passei nestes meses iniciais de 2015. Tem sido um ano de muitos balanços e de muitas transformações. Sinto-me realmente uma fênix, com mortes e transformações diárias, seguidas de renascimentos e reformulações. Dificilmente temos consciência, no momento em que vivemos tais angústias, que o momento seguinte será melhor, mais maduro, mais feliz…

Tenho certeza de que neste período em que não pude controlar as mudanças que se impuseram na minha vida, foi necessário fazer muitos balanços, os quais tenho mais condições de fazer agora. As escolhas acabaram se impondo, mas tenho, hoje, certeza, de que foram as melhores a se fazer.

Desejo um feliz 2015 – parte 2! Rsrs

Começo agora uma nova fase de redefinição de prioridades.

Apaixonada? Não, nasci assim!

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on abril 10, 2015 by Psiquê

994e3d2dea0f4196c676364ac06cfc46 Este texto foi publicado originalmente no portal Obvious Mag por Vanessa Rossi e eu achei muito bem escrito. Aliás, o Obvious reúne textos muito legais…já compartilhei outras vezes e agora divido com vocês esta deliciosa escrita, que resume muito bem o que é estar apaixonada pela vida e por diversas sensações e experiências pelas quais ela nos permite passar…

Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda…a roubá-la! (Lou Salomé)

Toda vez que me perguntam se estou apaixonada, respondo que eu nasci assim. Uma maneira sútil de me esquivar de certos tipos de respostas. Mas a verdade é que eu nasci apaixonada mesmo. Dessas paixões incuráveis. Romance de Shakespeare. Não há quem cure. Tanta redundância e fixação em torno da paixão, motivo de discussões desde Platão até Nietzsche, digo que a minha paixão não recorre em torno de uma outra individualidade, mas sim da multiplicidade de pessoas, sensações, acontecimentos que a vida é capaz de promover. Sou apaixonada pela vida antes de tudo; e não entendo a paixão como um acontecimento que se dirige a alguém especifico; Estar apaixonado apenas por alguém é empobrecer o vocabulário. Paixão é algo mais amplo: Podemos ser apaixonados por uma pessoa, por mais de uma pessoa, pelos amigos, pelo trabalho, por viagens. E por tudo isso. É dessa paixão que sou acometida; dessa perceptibilidade acurada. O apaixonado é sensível; é perceptível a coisas que os apáticos não percebem. O apaixonado vê de maneira diferente uma paisagem. Vê diferente a pessoa que lhe agrada. Até os defeitos são minimizados; As mancadas perdoadas. O apaixonado é mais feliz. Lou-Salome-portrait Aproveito para me dirigir a uma personagem (Verdadeira paixão do filósofo Nietzsche) que foi o verdadeiro símbolo das relações e dos conflitos da mulher apaixonada na modernidade. Lou Salomé, intelectual russa* que enfatizou muito em seus escritos as questões do amor. Vale a pena pesquisar sobre sua vida e obra. A paixão pela vida e por tudo que ela pode oferecer, a transgressão, a coragem de pensar e questionar o aparentemente inquestionável; A coragem de permitir-se viver como se deseja e não como a sociedade e a moral estabelecem, são virtudes de um apaixonado. Até porque para criar a própria história é preciso acreditar nela. É preciso destruir os tabus. É preciso derrubar a opressão que a cultura patriarcal criou em torno da mulher. Lou é o modelo da luta da mulher que deseja a ligação romântica, sem no entanto perder sua própria individualidade ou ser dominada pelas impressões machistas do parceiro. É possível ser apaixonado e ser livre. A paixão não deve satisfações. É anárquica, independente. Paixão é todos os predicados possíveis, dentro de uma patologia que foge aos diagnósticos médicos. Paixão pode nos levar a atitudes incríveis. Pode também nos despersonalizar a ponto de não nos conhecermos. Termino esse texto com meu poema predileto da artista, que pra mim traduz todas as aspirações de quem transborda essa paixão, essa força dentro de nós que não se explica:

“Ouse, ouse…ouse tudo! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda…a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!”

* correção minha, pois a autora disse que ela era alemã, mas ela nasceu na Rússia.

*

Planos

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on fevereiro 2, 2015 by Psiquê

“Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you’re busy making other plans” (John Lennon)

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Sei que faz parte da vida planejar para tentar fazer as coisas da melhor maneira, mas no final das contas, não temos controle sobre nada e, tudo pode acontecer de uma hora para outra, alterando o curso de tudo o que planejamos. Por isso, planejar é preciso, mas ser escravo dos planos não…

É importante estar aberto às mudanças no trajeto, ao nascimento de um filho, uma doença, a perda ou mudança de emprego, acidente, morte e inúmeras outras possibilidades de alterações nos nossos planos iniciais. A lição de tudo isso é a riqueza do momento presente. A única coisa que realmente temos é o agora. Por isso, precisamos agradecer e reconhecer nossas vitórias diárias, diminuir nossas cobranças e aprender a ser feliz com o que temos, somos e escolhemos.

Namastê. Que venha 2015, com muitas alegrias e vitórias diárias…

Que venha 2015!

Posted in Comportamento, Conscientização with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on dezembro 20, 2014 by Psiquê

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Eis que faltam alguns dias para 2014 chegar ao fim. Um ano de muitas mudanças, transformações, evoluções, rupturas, amadurecimentos. Agradeço por todas esta fases…por todas as etapas vividas e deposito em 2015  esperanças pela consolidação das boas escolhas e de alteração das más.

Estava lendo um pouco sobre as previsões do meu signo no livro: Seu horóscopo pessoal para 2015, de Joseph Polansky e gostaria de compartilhar com vocês as tendências gerais que o autor apresenta para o meu signo: Virgem. Achei interessante, pois esta visão geral coincide com um ciclo que estou vivendo desde 2013 e que se aprofundou bastante em 2014 de uma busca espiritual intensa.

“Desde que Júpiter entrou em sua Décima Segunda Casa em julho do ano passado, você vive um período espiritual intenso. Você está evoluindo espiritualmente – isto é, internamente. Suas capacidades estão sendo ampliadas. Muitos de seus objetivos, que antes pareciam inalcançáveis, agora parecem viáveis. Seu entendimento acerca da vida e de si mesmo está cada vez maior. Entretanto, isso não é visível no exterior, permanecendo ainda como um segredo. (…) Você entrará em um ciclo anual de prosperidade.

(…) Quando uma espécie de sinal espiritual acontece (você viveu muitos no ano passado, e viverá ainda mas este ano), a experiência é muito feliz. A alma sente-se livre. Toda a visão é modificada. Certos pensamentos opressivos são deixados para trás e jamais retornam para atordoá-lo.”

Gostei muito, e alimento ainda mais a esperança de que dias ainda melhores virão. Porque viver é bom demais e saber viver bem e agradecer pelas oportunidades diárias, melhor ainda.

Tenham um excelente final de dezembro e que venha 2015!

Namastê!

Individualidade e coerência

Posted in Comportamento, Estética e Beleza, Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 29, 2014 by Psiquê

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Eu malho para comer…

Foi com essa frase que Thalita Rebouças me motivou a escrever este post. O depoimento foi dado no programa Superbonita do GNT desta semana (no do episódio 23/2014), em que se tratou do tema: envelhecendo bem. Eu gostei muito das ideias de Thalita Rebouças e de Luiza Brunet (cuja postura já destaquei aqui em outro post) sobre como envelhecer bem. Saber envelhecer é uma arte e cuidar de sua autoestima, respeitando seus limites, seu corpo e seu biotipo é fundamental para estar bem e fazer o que mais tem a ver com você.

Thalita disse que está superfeliz com a proximidade dos 40 anos e que ao virar balzaca (fazer 30 anos) ela se sentiu superfeliz, mas hoje se sente ainda mais feliz com 39 anos e acha que esta década entre os 30 e 40 anos foi a mais feliz de sua vida…ela se diz mais madura, mas segura, mais realizada. Ela confessa que não liga muito para doce, mas adora uma empada, por isso malha para poder comer…

Por que não buscamos o que nos faz bem, procurando ter mais saúde, cuidar do bem-estar, sem exceder os limites e sendo feliz? Para que viver aprisionada em busca de padrões corporais determinados pela sociedade, malhando feito louca, se privando de alimentos, para tentar alcançar um biotipo que não é o seu? Olha que eu não me prendo a desejos gastronômicos tão específicos como o da Thalita, mas o equilíbrio é fundamental em tudo…

Já Luiza Brunet, além de lindíssima e supercoerente em relação às mudanças que a idade nos exige para que saibamos nos vestir e nos cuidar com sabedoria e sem modismos, dá dicas fundamentais para estar sempre bela. Para que um look exagerado em relação à procedimentos que exageram e estragam a sua fisionomia? Para que usar uma roupa que não condiz com seu biotipo e sua idade. Usar mini-saia, por exemplo, na concepção dela é para mulheres com pernas bonitas, magras e altas…com o passar do tempo, uma saia lápis, mais compridinha com uma blusa fica mais elegante e adequado para o seu biotipo aos 52 anos e por que não se adequar a isso e ficar ainda mais bela?

Todas essas ideias, mereceram o meu destaque aqui, pois vivemos sendo pressionadas em relação à adequação a biotipos que, muitas vezes, não são os nossos…

Na minha opinião, e isso já disse outras vezes, quando respeitamos o nosso próprio biotipo, escolhendo a roupa mais adequada a ele, as cores que mais combinam com o nosso tom de pele, o tipo de vestimenta que valoriza o nosso corpo, a atividade física, os cuidados com saúde e os tipos de alimentação que se nos fazem bem, tudo se torna muito mais prazeroso e simples.

Procure viver bem, adotando atividades físicas que te satisfazem, alimentando-se com consciência de que bons alimentos nos fazem funcionar mais harmonicamente e procurando se afastar de situações angustiantes, estressantes e desequilibrantes.

Namastê!

7 anos de Espartilho

Posted in Curiosidades with tags , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 14, 2014 by Psiquê

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Neste ano, o Espartilho comemora seu sétimo aniversário e eu não poderia estar mais feliz. Apesar de muita coisa ter mudado ao longo destes anos, ele esteve comigo em todas as fases e o público o acompanhou com as suas mais variadas peculiaridades.

Há seguidores que já não são tão assíduos na net, há novos e recentes leitores que descobriram alguma outra faceta do Espartilho que o atraiu. Os temas variaram, os humores e ideias também, mas o Espartilho segue como uma paixão!

Obrigada por mais um ano em minha vida! Esta é mais uma oportunidade de balanço, renovação e renascimento.

Parabéns a todas nós!

Simplesmente Feliz

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , on abril 4, 2014 by Psiquê

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Hoje estou simplesmente feliz, com uma certa ansiedade e um pouco de medo em relação ao novo, mas feliz…

Leve…

Com a certeza de ter feito o melhor…de dever cumprido…

Obrigada meu Deus! Por tudo…se não tivesse sido tudo como foi, poderia não ter a consciência para poder agradecer agora.

Feliz!

 

Hoje não!

Posted in Comportamento, Moda with tags , , , , , , , , , , , , , , , on fevereiro 4, 2014 by Psiquê

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Além de gostar de me vestir bem e me sentir bem com o que visto, eu tenho como máxima, que diz o seguinte: em se tratando de trabalho, se você sonha se tornar chefe, vista-se como tal. A Revista Nova deste mês trouxe exatamente esta tese, em uma  matéria que fala sobre o assunto, intitulada Prazer, CEO. “(…) Não importa se trabalha fechada no escritório, atende clientes em uma loja ou passa horas na rua. Uma mulher com uma roupa elegante, unhas bem-feitas e cabelo arrumado passa confiança. As pessoas vão virar a cabeça ao vê-la e perguntar: Será essa a CEO?”.

Mas, sabe aqueles dias em que você acorda sem nenhuma vontade de ir trabalhar, sem vontade de se arrumar, querendo ficar com uma roupinha bem à vontade, com a roupa que der na telha, sem se preocupar com o comprimento da saia, o decote da blusa, o tamanho do brinco, a altura do sapato… (claro que linda, só que casual e despojada, não é?)

Eu hoje acordei assim, não precisa nem dizer que mudei de roupa quase uma dezena de vezes…e nada me agradava.

O calor não está ajudando…O sentimento de inadequação de ter que colocar uma roupa quente para esse calor insuportável…

A necessidade de estar arrumada, em função do trabalho, mas totalmente em desacordo com o clima do momento…

A sensação de se sentir observada e julgada o tempo todo…Ah, cansei. Hoje não! 

Acabei colocando um vestido que não estava nos meus planos, mas ainda com a etiqueta. E que acabou recebendo diversos elogios (sinceros ou não). O vestido, diga-se de passagem é lindo, mas minha vontade hoje era de sair de sainha, camiseta, chinelinho,  um maxi colar transado e cabelos molhados! Rsrs

Acho que quando acordamos desmotivadas ou querendo fazer algo diferente do que temos que fazer, uma força interna deixa de nos impulsionar como deveria…Diante de um quadro destes, mesmo que tenha que mudar de roupa 500 vezes, achar uma que te deixe linda, se sentindo bem, feliz, talvez ajude a mudar a cabeça!

E foi isso que fiz, tentei fazer com que a roupa me animasse a enfrentar o dia de hoje e está dando certo. Estou mais feliz e resolvi compartilhar essa experiência com vocês. Afinal, todas nós passamos por isso, não?

5 Motivos para não praticar yoga

Posted in Comportamento, Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , on janeiro 30, 2014 by Psiquê

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É  isso mesmo, tudo tem dois lados. Hoje estou aqui para alertar aqueles que pensam em praticar Yoga com seriedade, ou que começaram a praticar há pouco tempo, dos riscos que estão correndo. Leiam com atenção e tirem suas próprias conclusões sobre se isso é algo que você pretende continuar a fazer ou não.

1. Você começa a enxergar a vida de outra forma. Uma forma mais relaxada, consciente e feliz. E isso, aos olhos das outras pessoas, faz com que você talvez pareça um louco. Essa história de gratidão, consciência, vida simples… você vai virar um peixe fora d’água. É sério, estou falando isso pro seu bem. E o pior é que você entende porque as pessoas não te entendem. E isso, ao invés de melhorar, só piora a situação, pois te torna ainda mais estranho aos olhos dos outros.

2. Você naturalmente passa a fazer escolhas mais saudáveis, porque começa a perceber com clareza quais são aqueles hábitos que fazem bem e aqueles que fazem mal. Você não vai mais curtir exageros, porque cuidar da sua saúde passará a ser prioridade. Aquela cervejinha de todo fim de semana até altas horas talvez não soe mais tão atraente. Aquela festa de camisa, aquele churrasco de família então… Pode ter certeza de que se você for, vão ficar falando sobre o quanto você está diferente, e se não for, certamente será a pauta do dia. Terá que se acostumar a isso!

3.Você vai ficando mais forte e flexível, tanto física quanto mentalmente, e uma vez que se conquista isso, é muito difícil voltar atrás. Então, eu lhes digo, muito cuidado ao entrar nesse caminho. As pessoas vão falar sobre isso, sobre o quanto você anda “metido”, só porque a sua auto estima está lá em cima e tem energia de sobra, mesmo que não fique se exibindo por isso.

4.Você começa a perceber que precisa de cada vez menos pra viver, e por isso, passa a buscar uma vida cada vez mais simples. Isso é perigoso, porque não movimenta a economia, não é bom para o país… Talvez o governo resolva ir atrás de você, pra saber se está fazendo algo ilegal. Talvez você receba ligações do banco, porque o seu padrão de consumo está mudando (para menos). Ter que lidar com tudo isso pode ser realmente muito chato, afinal, como é que você vai se defender? “Não, sr. Fulano, eu estou bem sim, só estou mudando minhas prioridades, sabe, percebi que não preciso de tudo o que eu gastava antes pra viver…” Oi? Não precisa gastar tanto pra viver? Em que mundo você vive?

5. Você se torna uma pessoa mais amorosa e feliz. É, amigos, talvez esse seja o motivo principal. Isso prejudica a vida social, simplesmente porque quando você estiver em um grupo onde as pessoas estejam mal-humoradas e/ou reclamando da vida, você não vai ter assunto, ou então vai ficar tentando mostrar pra elas o lado bom das coisas, e isso pode deixa-las extremanente irritadas. Conheço pessoas que tiveram sérios problemas de bullying por causa disso… Só porque eram otimistas demais ou porque simplesmente não conseguiam ficar de mau humor.

Pois é, então se você não quer ser essa pessoa, esqueça esse negócio de Yoga, porque isso não é pra você. Fuja do tapetinho. Quando ouvir alguém entoando o mantra OM, tape os ouvidos e saia correndo. Estou avisando, esse é um caminho sem volta. Depois não diga que não lhe avisei.

Texto de Daniela Navaes, retirado da internet… Pedimos licença a Daniela para compartilhar este texto tão verdadeiro. Quem compartilhou antes de mim foi o Boa Yoga.

Namastê

Sexo e relacionamento

Posted in Erotismo, Relacionamento, Sexo with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 23, 2013 by Psiquê

Li o texto do Fábio Rodrigues no blog Papo de Homem, intitulado Sexo não é tão essencial para um relacionamento e achei bem interessante a forma como ao tema é abordado.

O que mais gostei foi a parte do texto que fala sobre o sexo sem sexo: “É possível comer uma mulher sem tocá-la. Transar é só o jeito mais grosseiro e desesperado de exercer penetração, alcance e acolhida. Tem outros jeitos para se fazer a mesma coisa. E ela vai mostrar todos os sintomas de estar sendo comida: vai ter brilho no olho, ficar soltinha, se sentir segura, feliz, satisfeita, se deixar conduzir, enfim, o pacote completo. E o homem, da mesma forma, vai se sentir realizado, estável, confiante.”

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Leia na íntegra o texto abaixo:

Estamos habituados a pensar e sentir que um relacionamento é bom quando tem paixão, sexo, intensidade, e que não é bom quando não tem essas coisas.

Claro, não é um problema existir paixão, sexo e intensidade. É excelente. O problema é acreditar que isso seja a melhor base para o relacionamento, o melhor critério de qualidade, que sem isso algo esteja errado.

Não há como sustentar o jogo sexual por muito tempo (e nem é preciso). Se apostarmos nisso e o tomarmos como referencial, quando ele flutuar – e ele vai flutuar – vamos dizer que a relação entrou em crise, perdeu qualidade. Ora, quem disse que esfriar é algo negativo?

Diante da ausência desse calor, normalmente ficamos aflitos e 1) tentamos recuperar a intensidade, “apimentar a relação” (o que obviamente não dura), 2) acabamos a relação e procuramos outra que tenha “química” (para repetirmos o problema mais tarde), 3) tentamos estabelecer outra base para a relação, que não tenha sexo e paixão como eixo principal.

“O antídoto para a apatia não é “manter o fogo”, prolongar a paixão inicial, “apimentar a relação”. Focar no próprio relacionamento, usar a criatividade, explorar fantasias, viajar junto; tudo isso funciona, claro, mas não dá para manter tal frescor por muito tempo. O antídoto para apatia em um casal encontra-se na vida dele e na vida dela, não tanto no próprio casal. Está mais no “Eu” e menos no “Nós”.

Se ele se movimenta de modo positivo, se tem brilho nos olhos, se enriquece a vida dos outros, se anda no mundo com uma visão ampla. Se ela está sempre em desenvolvimento, cada vez mais inteligente, radiante e livre, se dança pelo mundo, se também tem brilho nos olhos e sentido na vida. É isso o que livra o casal da apatia: a energia que eles movimentam por si só, sem o apoio do outro. É essa a energia que eles trazem para a relação, que se multiplica quando vira “Nós”.”

Gustavo Gitti

A verdadeira base do sexo

Não é necessariamente um problema haver pouco sexo entre um casal. O problema é não haver essa energia dinâmica que dá vida pra relação – e que por um tempo brotou por meio do jogo da paixão e do sexo.

Há um nível sutil de sofrimento no esforço pra sustentar esse jogo rolando, mesmo enquanto o relacionamento é tido como bom, com sexo de qualidade e tudo mais. O fogo exige uma manutenção constante. Na verdade, já sofremos só de imaginar a paixão flutuando, e vamos sofrer muito mais quando ela oscilar de fato – tudo na exata medida em que alimentamos esperança e expectativa de que a experiência que temos no relacionamento se sustente.

Acredito que as coisas tendem a funcionar melhor pra um casal (e o sexo pode ter melhor qualidade) quando o homem assume o papel daquele que busca, que alcança, e a mulher assume o papel daquela que tem que ser buscada, alcançada, percorrida, dominada, segurada, penetrada. A qualidade do jogo, então, depende da maestria que os dois têm em brincar, cada um no seu papel. No nosso caso, do quanto conseguimos ser bons caçadores, buscadores, do quanto conseguimos oferecer acolhimento, firmeza, chão e penetração.

Porque quem está fugindo não quer ser pego, e quem quer pegar na verdade não quer pegar – o que se quer é que o jogo e o movimento sejam mantidos. É daí quem vem o tesão, o brilho, a vivacidade – do jogo, do movimento, da dança. Penso que esta seja a verdadeira base do sexo, e que ela pode ser ativada e alimentada mesmo sem atividade sexual.

Resolver o jogo implica em monotonia e falta de movimento; manter o jogo supõe seguir o movimento. Eu diria ainda mais: esse movimento supõe algum nível de liberdade, que por sua vez supõe algum nível de insegurança e medo. Ou seja, a própria coisa que desejamos banir das relações é o que cria a tensão que as mantém. A liberdade, o medo e a insegurança são a eletricidade que gera o magnetismo.

“Todo amor luta para enterrar as fontes de sua precariedade e incerteza, mas, se obtém êxito, logo começa a enfraquecer – e definhar.”
–Zygmunt Bauman

Sexo sem sexo

É possível comer uma mulher sem tocá-la. Transar é só o jeito mais grosseiro e desesperado de exercer penetração, alcance e acolhida. Tem outros jeitos para se fazer a mesma coisa. E ela vai mostrar todos os sintomas de estar sendo comida: vai ter brilho no olho, ficar soltinha, se sentir segura, feliz, satisfeita, se deixar conduzir, enfim, o pacote completo. E o homem, da mesma forma, vai se sentir realizado, estável, confiante.

Com uma carinha de felicidade como essa, a penetração pode ser a última das importâncias

Quando o casal percebe essas coisas, uma nova base já está estabelecida. E esta base já é bem menos flutuante e estreita do que a primeira. Aí há chances de que a intensidade reapareça de outras formas, sem depender tanto do sexo em si. Eventualmente até mesmo sem precisar de uma relação amorosa.

É possível (ainda que bem raro) que os dois entendam essa dinâmica toda e trabalhem lado a lado pra diminuir o potencial que têm pra sofrer quando a sustentação desse e de qualquer outro jogo flutuar.

Agora, curiosamente, esse processo parece fazer com que a pessoa se torne mais brilhante e atrativa, inclusive sexualmente.

Relacionamentos amorosos também não são tão essenciais assim

É um problema colocar os relacionamentos no centro da nossa vida, como se todas as possibilidades de movimento que temos dependessem desse eixo, exclusivamente.

Não quero, com isso, dizer que os relacionamentos não mereçam nossa atenção, que eles não sejam valorosos e possam nos ajudar a construir vidas boas e saudáveis. Mas o ponto é que eles podem fazer isso, só podem, como muitas outras coisas podem.

Penso que uma maneira mais verdadeira pra dar ânimo no relacionamento, pra fazê-lo ter um sentido natural, fluido, é nós mesmos encontrarmos um sentido em nossas vidas. Isso pode ser feito de forma independente um do outro. Independentes, mas ainda assim juntos, apoiando-se mutuamente.

De onde vem o tesão?

Particularmente eu entendo que uma das coisas (talvez a principal) que torna a pessoa desejável é a medida que ela nos é inalcançável.

Em “Sin City”, Marv vê em uma prostituta, a sua deusa inalcançável

Por um lado, nós desejamos a pessoa porque há uma dimensão nela que não entendemos bem, que nos escapa – um nível de liberdade e mistério que até mesmo nos assusta um pouco. Essa dimensão é o que nos atrai, nos incita e nos move em sua direção. É como se houvesse uma vontade de entender e dominar aquilo, de resolver a questão, de subjugar, descobrir, atravessar e desnudar o outro.

Por outro lado, para a pessoa que tem sua medida de inalcançabilidade surge também excitação quando ela tem a perspectiva de ser alcançada, descoberta, desnudada. A excitação sexual viria do “cair das máscaras”, de descobrir e alcançar ou de ser descoberto e atravessado, mesmo que apenas de forma momentânea e condescendente. As duas coisas acontecem juntas.

Isso parece explicar o motivo porque existe excitação sexual com coisas como tapa na cara, fantasias de  dominação e submissão, bondage etc. Já viram casos no quais a mulher é fodona na vida, chefe, autoritária, brava, e na cama gosta de ser submissa? Então, o tesão vem de ser alcançada, descoberta, desprovida de sua encenação, de afrouxar a tensão criada pela encenação dos papéis cotidianos.

Tais posições, de quem busca e de quem é buscado, são assumidas pelos dois ao mesmo tempo e em alguma medida, bem como podem ser encenados com maior predominância por um ou por outro de forma alternada, ou ainda ser encenado por uma das pessoas pela vida inteira. E os dois podem estar conscientes disso ou não.

Eis porque é comum surgir esse problema de falta de tesão no casamento. Os dois se conhecem demais. Sabem tudo um do outro. Já sabem e adivinham cada movimento, cada pensamento. As dimensões de inalcançabilidade ficam mínimas, quase inexistentes. Aí não há incitação, desafio, vontade de dominar, assegurar, descobrir, abarcar, atravessar.

A solução pra isso então seria fazer ressurgir algum nível de tensão no relacionamento. Se temos tesão pela vida, se nos movemos mais livremente, se nossa presença ativa a dimensão de espanto e incerteza que já existe o tempo todo, criamos causas e condições para que o jogo se estabeleça mais facilmente e de modo mais lúdico. Essa dinâmica então é percebida pelo parceiro ou parceira, mesmo que indiretamente, e eis que a dança pode começar.