Arquivo para outubro, 2015

Cultura machista

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 31, 2015 by Psiquê

3117147

Apesar das características essencialmente machistas que a sociedade brasileira carrega em muitas das situações diárias que vivenciamos, nos últimos dias percebemos um certo arrefecimento das discussões acerca de coisas consideradas “normais” e “aceitáveis” até bem pouco tempo: como o assédio constante das mulheres em diversas situações cotidianas, o tratamento da mulher com uma aura de inferioridade, violência, etc.

A presença de trecho da obra “Segundo Sexo”, de Simone de Beauvoir e da persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira como tema de redação do último Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em 2015, no Brasil, ajudou a acalorar a discussão sobre e a repercussão do assunto.

Um recente episódio de assédio com inspiração pedófila a uma menina de 12 anos que participou de um programa de TV no Brasil, incitou uma campanha interessante através da propagação da #primeiroassedio, levando uma série de mulheres a falar sobre o tema.

A triste verdade é que somos assediadas cotidianamente, ao andar na rua, no ambiente de trabalho, pela roupa que usamos ou deixamos de usar. Situações que infelizmente desde pequenas nos “acostumamos” a passar ou a fugir de, que sinceramente nunca tinha parado para pensar tão profundamente no quão absurdas e inadmissíveis são.

Tememos andar na rua, ir a determinados lugares, estar em alguns ambientes sem ter que passar pelo constrangimento de ouvir palavras de baixo calão ou invasivas sobre partes do nosso corpo, sobre nossa sexualidade, sobre sermos mulher. Parar para observar a sociedade brasileira por este prisma, nunca me fez me sentir tão triste. Claro que isso não é “privilégio nosso”, mas reflete o quanto ainda temos que crescer no respeito às mulheres, ao direito de ir e vir, de andarem com a roupa e do jeito que quiserem em segurança.

Espero que essas reflexões nos levem ao amadurecimento de nossa sociedade e pelo respeito mútuo. A luta apenas começou…

Combata a misoginia, o assédio, a violência e o desrespeito.

Namastê.

Um beijo enorme, Psiquê.

Sapiossexualidade

Posted in Comportamento with tags , , , , , on outubro 14, 2015 by Psiquê

Este texto foi originalmente publicado no CONTI outra, e como achei muito interessante resolvi compartilhar com vocês, queridos seguidores do Espartilho.

2bf02a2d11191a823c8fe0a0479bb657 (1)

Sapiossexualidade: Quando a libido é estimulada pela admiração intelectual

O prefixo da palavra tem origem do latim sapien, que significa inteligência. Inclusive temos uma palavra em nosso vocabulário que já podia dar noção do que se tratava, mas infelizmente nem é tão utilizada assim: sapiência.

sapiossexualidade é a atração sexual que uma pessoa sente pela inteligência, visão de mundo e toda a bagagem cultural de outra pessoa. É importante dizer que uma pessoa sapiossexual não se importa, portanto, com o gênero da pessoa pela qual ela está atraída. Ela sente atração pela inteligência e conhecimento que a pessoa tem, independente do sexo da pessoa.

Isso não significa que todos os sapiossexuais repudiem beleza ou não achem seus parceiros bonitos. A atração vem da inteligência, o que não elimina outros aspectos da pessoa.

A terminologia foi supostamente criada por Darren Stalder, que afirma ter inventado a expressão em 1998. O termo só pegou mesmo, no entanto, a partir de 2008, graças, em parte, à escritora erótica Kayar Silkenvoice, que criou o domínio Sapiosexual.com em 2005.

Silkenvoice afirma nunca ter feito sexo ruim. Porque ela é atraída a pessoas inteligentes, crê que essas pessoas são mais inteligentes até mesmo na cama. Elas não partem do princípio que sabem do que o outro gosta, e adoram ganhar conhecimento. Sendo assim, querem aprender o que faz o seu parceiro feliz, descobrir como tornar o sexo o melhor possível.

Outubro é rosa

Posted in Comportamento, Saúde with tags , , , , , , on outubro 12, 2015 by Psiquê

outubrorosa_0

Como todos os anos, o Espartilho lembra que outubro é rosa

Outubro é o mês em que lembramos da necessidade de prevenção ao câncer de mama que é o que mais mata mulheres no mundo, mas que tem grandes chances de cura e superação se diagnosticado precocemente.

Visite seu ginecologista regularmente, observe-se e faça o autoexame sempre que possível.

Se você tem uma história de superação para compartilhar conosco, fique à vontade. Essa luta é de todas nós.

Namastê.

Indicações para estudar sobre gênero e sexualidade

Posted in Comportamento, Gênero, Sexualidade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on outubro 10, 2015 by Psiquê

Meus amores, desculpem a ausência. Tanta coisa acontecendo e meu tempo para me dedicar ao querido e sempre presente Espartilho, acabou diminuindo.

165929567492530702_tsR3cz1p_c

Compartilho com vocês um texto com dicas interessantes para o estudo de gêneros e sexualidade em um texto da Julieta Jacob no site Erosdita. Interessantíssimo, não deixem de ler…

*TEXTO: Angie C. Bautista Silva, Caio Castro, Cássio Oliveira, Cícera Amorim, Katarina Vieira, Maria Eduarda Barbosa, Suênia Azevedo

Seja você pesquisador(a) ou apenas uma pessoa curiosa sobre o assunto, vale a pena dar uma olhada nas sugestões a seguir. Todos os textos já estão com link para download. E se você tiver outras dicas para indicar, é só deixar nos comentários. A gente agradece!

1- Problemas de Gênero – Feminismo e Subversão da Identidade. Autoria: Judith Butler

Judith Butler propõe observar, de maneira geral, o modo como as fábulas de gênero estabelecem e fazem circular sua denominação errônea de fatos naturais. Os textos estão reunidos de modo a facilitar uma convergência política das perspectivas feministas, gays e lésbicas sobre o gênero com a da teoria pós-estruturalista.

JudithButler

>>> CLIQUE AQUI PARA LER Problemas de Gênero

2- História da Sexualidade – A Vontade de Saber – Vol. 1. Autoria: Michel Foucault

Ao longo dos anos 1970, Michel Foucault dedicou seu trabalho no Collège de France à análise do lugar da sexualidade na sociedade ocidental. Sua reflexão encontrou no sexo e na sexualidade a causa de todos os acontecimentos da vida social. O filósofo empreendeu uma pesquisa histórica, estabelecendo uma antropologia e uma análise dos discursos acerca desse tema tão fundamental para a condição humana. É reconhecidamente um dos grandes trabalhos do pensador e fonte de pesquisa e consulta para milhares de estudiosos.

>>> CLIQUE AQUI PARA LER A História da Sexualidade

3- A Reinvenção do Corpo: Sexualidade e Gênero na Experiência Transexual. Autoria: Berenice Bento

Este livro se ancora em histórias de vida de pessoas que mudaram o corpo, cirurgicamente ou não, para se tornarem reais, para não serem “aberrações” (expressão comum entre os/as transexuais), e sugerirá que as explicações para a emergência da experiência transexual devem ser buscadas nas articulações históricas e sociais que produzem os corpos-sexuados e que têm na heterossexualidade a matriz que confere inteligibilidade aos gêneros. Ao mesmo tempo porporá que o suposto “transexual verdadeiro”, construído pelo saber médico, que tem como objetivo final para implementação da masculinidade/feminilidade a realização das cirurgias de transgenitalização, esbarra em uma pluralidade de respostas para os conflitos entre corpo, sexualidade e identidade de gênero internas à experiência transexual.

>>> CLIQUE PARA LER A Reinvenção do corpo

Berenice-Bento

4- Manifesto Contrasexual — práticas subversivas de identidade sexual. Autoria: Beatriz Preciado

Aqui, o aclamado filósofo espanhol (no masculino mesmo) Beatriz Preciado dinamita, com seu humor corrosivo e rigor teórico, tudo aquilo que se entende por sexualidade. Os estereótipos homem/mulher, homo/hétero, natural/artificial vão progressivamente sendo despedaçados através das análises que o autor faz sobre o dildo, a história do orgasmo e a atribuição de sexo. Se de início é curiosamente divertido, a cada capítulo aprofunda-se nas contradições relacionadas às noções contemporâneas de gênero e desejo. É inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida que o autor inaugura a contrassexualidade: uma teoria do corpo que é, também, estratégia de resistência ao poder.

>>> CLIQUE AQUI PARA LER Manifesto Contrassexual

5- Gênero, Sexualidade e Educação – Uma Perspectiva Pós-estruturalista. Autoria: Guacira Lopes Louro

Este livro tem o caráter de introdução aos estudos de gênero. Apresenta conceitos e teorias recentes no campo dos estudos feministas e suas relações com a educação. Estuda as relações do gênero com a sexualidade, as redes do poder, raça, classe, a busca de diferenciação e identificação pessoal e suas implicações com as práticas educativas atuais. Tanto serve de material para estudantes como para professoras/es, como incentivo amplo à iniciativa feminista e de outros grupos.

>>> CLIQUE PARA LER Gênero, Sexualidade e Educação

Guacira-Lopes-Louro

6- Pensando o Sexo: Notas para uma Teoria Radical das Políticas da Sexualidade. Autoria: Gayle Rubin. 

Rubin afirma a necessidade da separação analítica entre gênero e sexualidade, pensando o sexo como um vetor de opressão que atravessa outros modos de desigualdade social, tais como classe, raça, etnicidade ou gênero. A autora questiona a fusão cultural de gênero com sexualidade, feita por feministas radicais anti-pornografia, para as quais a sexualidade organiza a sociedade em dois sexos (um dos quais oprime o outro).

>>> CLIQUE PARA LER Pensando o Sexo

7-  Gênero: uma categoria útil para análise histórica. Autoria: Joan Scott 

O próprio título do artigo anuncia o gênero como um executor teórico-metodológico para análise histórica. Por isso, Joan Scott inicia o artigo desconstruindo a intenção de se implementar certas ideias às coisas, evidenciando que assim como as palavras, as ideias também têm seu dinamismo e contexto social.

>>>CLIQUE PARA LER Gênero: uma categoria útil para a análise histórica 

joan scott

8- Gênero e sexualidade nas pedagogias culturais: implicações para a educação infantil. Autoria: Jane Felipe de Souza

O artigo visa problematizar as relações existentes entre pedagogia, gênero e sexualidade na educação infantil, a partir da perspectiva dos Estudos Culturais e dos Estudos Feministas. A autora considera que a pedagogia e o currículo devem ser compreendidos a partir de sua intrínseca relação com as questões históricas, políticas e culturais, todas elas envolvidas nas tramas do poder, no sentido que lhe confere Foucault (1992).

>>> CLIQUE PARA LER Gênero e sexualidade nas pedagogias culturais

9- Sexualidade, cultura e política: a trajetória da identidade homossexual masculina na antropologia brasileira. Autoria: Sérgio Carrara e Júlio Assis Simões

O texto tenta explorar a forma como, supostamente, o brasileiro organiza as categorias ou identidades sexuais, transformando-se às vezes num eixo para a construção de uma identidade nacional caracterizada como exótica, retardatária e “não-ocidental”. Também traça paralelos entre dois momentos da reflexão sobre as relações entre sexualidade, cultura e política.

>>> CLIQUE PARA LER Sexualidade, cultura e política 

10- Gênero e sexualidade: pedagogias contemporâneas. Autoria: Guacira Lopes Louro

A autora visa mostrar que gênero e sexualidade são construídos através de inúmeras aprendizagens e práticas, empreendidas por um conjunto inesgotável de instâncias sociais e culturais, de modo explícito ou dissimulado, num processo sempre inacabado e diz que na contemporaneidade, essas instâncias multiplicaram-se e seus ditames são, muitas vezes, distintos.

>>> CLIQUE PARA LER Gênero e Sexualidade: pedagogias contemporâneas 

11- Quando o “estranho” resolve se aproximar: a presença da professora transexual e as representações de gênero e sexualidade no ambiente escolar. Autoria: Tiago Zeferino dos Santos

A pesquisa tem como objetivo geral analisar as representações de gênero e sexualidade (re)produzidas no espaço escolar por estudantes e profissionais de educação a partir da inserção de uma professora autodefinida transexual em uma escola de Ensino Fundamental da cidade de Tubarão/SC.

>>> CLIQUE PARA LER o texto de Tiago Zeferino

12- Violência de Gênero, Sexualidade e Saúde. Autoria: Karen Giffin

O presente artigo discute os resultados de uma recente análise de dados internacionais sobre a violência contra a mulher, bem como as consequências para a saúde dessas formas de violência, nas quais o perpetuador é normalmente o parceiro da vítima. A segunda parte do artigo desenvolve questões relacionadas às raízes da violência, incluindo a construção social de identidade de gênero, relações de gênero e sexualidade, dentro de uma tradição dualista que separa mente e corpo, enfatizando elementos biológicos da sexualidade e definindo homens e mulheres como radicalmente diferentes. Para concluir, argumenta que as atuais críticas à visão dualista tem construído novas e mais integradas visões a cerca das sexualidades e seres humanos.

>>> CLIQUE PARA LER o texto de Karen Giffin

13- Sexualidade e gênero: ensaios educacionais contemporâneos. Autoria: Maria Rita de Assis César

Este texto analisa alguns dos caminhos que os discursos e as práticas sobre a sexualidade e o gênero percorreram na instituição escolar brasileira, em especial nas últimas décadas. A partir de uma perspectiva ancorada nos conceitos de Michel Foucault, especialmente nas noções de dispositivo da sexualidade e biopolítica, analisou-se a produção discursiva e institucional acerca da sexualidade na escola. A partir de questionamentos oriundos da teoria queer realiza-se uma reflexão contemporânea sobre a sexualidade na escola a partir de autoras feministas como Judith Butler e Deborah Britzman, que demonstram as (im)possibilidades de uma abordagem sobre a sexualidade que se dê de forma a interrogar os dispositivos de controle e manutenção da ordem discursivo-social.

>>> CLIQUE PARA LER o texto de Maria Rita

14- Educação e docência: diversidade, gênero e sexualidade. Autoria: Guacira Lopes Louro

Minha proposta é compartilhar e discutir com vocês algumas reflexões. Entendo que esse trabalho não é apenas teórico, mas é também político. As questões em torno dos gêneros e das sexualidades não envolvem apenas conhecimento ou informação, mas envolvem valores e um posicionamento político diante da multiplicidade de formas de viver e de ser. Como a escola tem lidado com tudo isso? Como nós, professoras e professores, nos vemos diante dessas questões? Quais são nossos pontos de apoio e onde se encontram nossas fragilidades e receios?

>>> CLIQUE PARA LER o texto Educação e docência

15- Gênero, sexualidade e a produção de pesquisas no campo da educação: possibilidades, limites e a formulação de políticas públicas. Autoria: Jane Felipe

O presente texto tem por objetivo discutir a produtividade do conceito de gênero como ferramenta teórica e política, abalando certezas tão firmemente alicerçadas em torno das diferenças biológicas, que serviram durante muito tempo para justificar as desigualdades entre homens e mulheres. A consolidação dos Estudos de Gênero, dos Estudos Gays e Lésbicos e da Teoria Queer no campo acadêmico traz a possibilidade de pensar que existem muitas formas de viver as masculinidades e as feminilidades e que estas são construções sociais e culturais, elaboradas minuciosamente por inúmeros discursos, áreas de conhecimento e instituições.

>>> CLIQUE PARA LER o texto de Jane Felipe

16- Ser professora, ser mulher: um estudo sobre concepções de gênero e sexualidade para um grupo de alunas de pedagogia. Autoria: Ana Paula Costa e Paulo Rennes Marçal Ribeiro

Este trabalho tem por objetivo investigar as concepções de relações de gênero de um grupo de alunas do curso de Pedagogia que já atuam na educação escolar como professoras. Para a realização desta pesquisa qualitativa, de tipologia analítico-descritiva, foi utilizada uma entrevista semiestruturada com as universitárias escolhidas. A construção e a análise do objeto têm como fundamentação teórica os estudos de Michel Foucault, Joan Scott e Guacira Lopes Louro. Constatamos que, em um processo de “acomodação” e “resistência”, as categorias “mulher” e “professora” se fundem, o que obscurece, em certa medida, a atuação da professora como profissional da educação.

>>> CLIQUE PARA LER Ser professora, ser mulher

17- Diversidade sexual e de gênero na escola. Autoria: Alexandre Bortolini

A coexistência de diferentes sujeitos e construções culturais no interior da escola nos faz pensar sobre os processos de interação que se dão nesse contexto de relações sociais. Diferentes correntes vêm produzindo teorias e categorizações que nos ajudam a pensar essas relações que envolvem igualdade, desigualdade e diferença. A idéia aqui é tentar pensar sobre a diversidade sexual e de gênero na escola numa perspectiva relacional, problematizando essencializações identitárias, entendendo essa questão como indissociável dos debates que hoje povoam esse campo mais amplo e trazendo não só os(as) autores(as) que trabalham com gênero e sexualidade, mas também as contribuições das discussões sobre cultura e interculturalidade.

>>> CLIQUE PARA LER o texto de Alexandre Bortolini

18- O gênero nas políticas públicas de educação no Brasil: 1988-2002. Autoria: Cláudia Pereira Vianna e Sandra Unbehaum

Orientado pela teoria das relações de gênero, este artigo examina as principais leis, planos e programas federais que especificam as diretrizes nacionais das políticas públicas de educação no Brasil. Entre os documentos privilegiados para análise destacam-se a Constituição Federal (CF/1988), a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996), o Plano Nacional de Educação (PNE/ 2001) e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental (PCN/1997). Mostramos que adotar a ótica de gênero para a análise dessas políticas permite avaliar como elas podem facilitar ou dificultar a aquisição de padrões democráticos, uma vez que a política educacional não tem um papel neutro, dissociado de preconceitos, entre os quais destacamos o de gênero.

>>> CLIQUE PARA LER O Gênero nas políticas públicas