Arquivo para amar

Sororidade

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , on junho 29, 2016 by Psiquê

Em tempos em que as lutas pelos direitos das mulheres estão em alta, tristemente pela gritante violação destes direitos, uma discussão tem sido bastante recorrente: a questão da amizade e da união entre mulheres.

Desde pequenas ouvimos a falácia, e muitas vezes, acreditamos nela, de que as mulheres estão sempre competindo entre si e invejando umas as outras. Por algumas vezes, reforçamos esse discurso reproduzindo atitudes de competição e intolerância para com nossas companheiras de trabalho, de curso, etc. Mas o fato é que na verdade isso tudo é um mito construído para reforçar uma prática que naturalmente não seria assim. Há muita solidariedade e empatia entre as mulheres em suas lutas diárias.

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Compartilho mais um texto bem legal sobre o tema, publicado pela Revista Capitolina:

“Nenhum fator natural e biológico impede as mulheres de serem amigas, se amarem e de criarem laços, mas quando passamos a vida inteira ouvindo e acreditando nisso criamos esse obstáculos nas nossas relações. Desde pequenas, fomos ensinadas que as mulheres não podem ser gentis umas com as outras, que devemos sempre competir e que as mulheres são interesseiras, invejosas e falsas. O que não passa de um monte de mentiras.

Esse discurso da rivalidade feminina é passado para nós como se fosse uma condição intrínseca às mulheres e é algo tão enraizado, que muitas vezes não notamos. Isso não passa de um mito em que somos ensinadas a achar que não temos motivos para nos unirmos e que, mesmo se quisermos, não seria possível, já que, somos mulheres e apenas os homens são capazes de criar laços verdadeiros.

As mulheres, só por nascerem, já têm menos direitos, menos liberdade e mais deveres do que os homens. E pensar que não conseguimos olhar para outra mulher que é desfavorecida socialmente – em menor ou maior grau a depender de outros recortes sociais – e sentir amor, amizade e companheirismo só ajuda a sociedade patriarcal a nos dividir e permanecer. Assim como qualquer pessoa, as mulheres experimentam todos os tipos de sentimentos, sejam eles bons ou ruins, de amor ou ódio. Vamos fazer um exercício: pense em alguém que estaria ao seu lado em um momento difícil de sua vida. Qual a possibilidade de ser uma mãe, uma irmã, uma amiga, uma mulher?

A probabilidade de uma mulher ser a pessoa que vai te apoiar, te entender e estar ao seu lado em um momento difícil é grande e tem relação com um conceito conhecido e bastante falado no mundo web e no movimento feminista , a sororidade.

S.O.R.O.R.I.D.A.D.E

A origem da palavra está no latim sóror (irmã), ou seja, um grupo de irmãs, irmandade. E significa a união e aliança entre mulheres na busca por uma sociedade mais igualitária.

Essa palavra meio difícil, bonita e representativa veio para quebrar uma das ideias mais fortes do patriarcado: a rivalidade entre mulheres. Essa ideia funciona praticamente como um escudo contra o verdadeiro opressor, que nos faz lutar uma contra as outras enquanto ele é que tem que ser destruído. Ela vem trazer a ideia de que juntas somos mais fortes.

A união entre as mulheres é a melhor saída para combater a sociedade patriarcal, o machismo e o sexismo. Quando deixarmos de lado o papel de competidoras e assumirmos o de mulheres que geração após geração sofrem com os mesmos rótulos, com as mesmas imposições e com os mesmos jogos, vamos conseguir finalmente respira melhor, sabendo que não importa o que aconteça, teremos sempre umas às outras.

Enfim, nós precisamos nos amar, nos unir contra esse machismo e essas imposições de padrões. Respeite as escolhas das outras, olhe para as mulheres como suas irmãs de luta e sempre entenda que não deve julgá-las pela seu corpo, orientação sexual e comportamento. A sociedade já nos subestima e subjuga diariamente, não devemos fazer isso umas às outras. E lembrem-se sempre, em um mundo onde somos ensinadas desde pequenas a competir entre nós e nos dedicarmos aos homens, amar outra mulher é um ato revolucionário.”

Tempo

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 30, 2015 by Psiquê

Tomasz Dziubinsk 6

Recentemente alguns amigos têm falado muito sobre envelhecer, embora ainda estejam na flor da idade. E isso tudo tem me feito pensar na importância de se viver bem cada minuto, valorizar as coisas que realmente importam e, essencialmente, ser grato pela oportunidade de viver cada dia.

Evidentemente, sinto-me privilegiada em vários pontos: ter saúde, me achar uma pessoa bonita, interessada e interessante, amar a minha vida, querer sempre mais, buscar ter uma vida com hábitos saudáveis, ser respeitosa para com o outro, lutar pela igualdade e respeito ao próximo, procurar sempre conhecer mais coisas, lugares e pessoas.

Não consigo entender como as pessoas optam por perder tempo, pensando em não deixar o tempo passar ou lamentando por sua passagem.

Nossa vida, em termos relativos, é muito curta e não faz nenhum sentido, deixar esse pouco tempo passar reclamando, lamentando ou vivendo infeliz. Quantas coisas boas podemos fazer com nossa vida. Mesmo que nem tudo dependa de nossa vontade, é de nossa inteira responsabilidade a maneira como escolhemos viver cada segundo e encarar as experiências pelas quais passamos. Podemos viver bem ou perder tempo sofrendo por não gostar das escolhas que fazemos diariamente. Para mim, definitivamente, viver assim é uma perda de tempo.

Assuma as rédeas de sua vida e seja grato pela oportunidade de viver cada novo dia, como uma nova oportunidade de viver melhor.

Let’s be grateful! Namastê.

Planos

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on fevereiro 2, 2015 by Psiquê

“Before you cross the street
Take my hand
Life is what happens to you
While you’re busy making other plans” (John Lennon)

Michaelb Burke 34

Sei que faz parte da vida planejar para tentar fazer as coisas da melhor maneira, mas no final das contas, não temos controle sobre nada e, tudo pode acontecer de uma hora para outra, alterando o curso de tudo o que planejamos. Por isso, planejar é preciso, mas ser escravo dos planos não…

É importante estar aberto às mudanças no trajeto, ao nascimento de um filho, uma doença, a perda ou mudança de emprego, acidente, morte e inúmeras outras possibilidades de alterações nos nossos planos iniciais. A lição de tudo isso é a riqueza do momento presente. A única coisa que realmente temos é o agora. Por isso, precisamos agradecer e reconhecer nossas vitórias diárias, diminuir nossas cobranças e aprender a ser feliz com o que temos, somos e escolhemos.

Namastê. Que venha 2015, com muitas alegrias e vitórias diárias…

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Posted in Comportamento, Conscientização, Saúde with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 27, 2014 by Psiquê

belly

Quando escolho uma prática que me faz bem, sinto um ímpeto por compartilhar com aqueles que gosto. Muitas vezes eu só o faço se houver algum estímulo ou interesse daqueles que me cercam, no intuito de não parecer inconveniente ou pedante…

Estava pensando em um tema para uma apresentação que preciso fazer para um curso e fui orientada a escolher um tema que goste bastante. Pensei em escrever sobre o yoga, mas como no meu dia a dia, em uma conversa ou outra acabo compartilhando os benefícios que esta prática trouxe para minha vida, fiquei com receio de ser repetitiva ou invasiva…

Compartilhar ideias, práticas e interesses que nos fazem bem, pode trazer ajudar a quem ouve, mas pode também parecer inapropriado se a pessoa não quer ou não acredita naquela prática. Por isso, que dentro de certos limites, podemos e devemos compartilhar sempre, respeitando o interesse do outro em ouvir – ou seja, sem imposições – e também o seu próprio tempo. Pode ser que plantemos a semente e o outro, naquele momento, não acredite ou não queira adotar aquela prática.

Mas o simples compartilhar já pode representar uma sementinha…

Eu quero compartilhar minha gratidão, por conseguir hoje, fazer escolhas mais saudáveis, mais tranquilas, mais energizantes. Eu quero agradecer pela oportunidade de me alimentar bem, de respeitar meu corpo, meus limites, meus gostos. Quero fugir de discursos que me aprisionem na ideia de que tenho que seguir padrões de comportamento e de beleza que não condizem com o meu bem-estar. Quero, ainda, refutar qualquer possibilidade de adotar hábitos que me firam e que possam ir contra aquilo que acredito ser o melhor para mim. Quero manter a fé na vida e a gratidão por tudo o que tenho e vivo, desejar sempre mais da vida, saber que meu corpo é meu templo e que tenho que amá-lo e respeitar meus limites, alimentar-me saudavelmente, ingerindo alimentos que me fazem bem, exercitar-me todos os dias – ou sempre que possível -, praticar yoga pelo menos 3 vezes por semana, beber muita água, hidratar o meu corpo, meditar, dormir bem, sorrir, amar…

Estas são algumas das minhas resoluções para este ano que finda e para os próximos…

Compartilho aqui com vocês a gratidão por estas práticas e descobertas.

2014 foi um excelente ano de mudanças.

Namastê!

Imaginação

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on agosto 14, 2014 by Psiquê

3282540Uma das mais incríveis capacidades humanas é a de imaginar…

Quando vejo a fertilidade da mente das crianças, quantas histórias diferentes elas vivem e contam em fração de segundos, fico encantada…

No outro dia em uma conversa em família, meu irmão me disse: você tinha um amigo imaginário com quem conversava no caminho para a escola e eu acabava fazendo coisas imaginárias também…

…achei aquele relato engraçado, pois eu mesma não lembrava daquilo, mas sempre fui sonhadora, amante dos diários e dos caderninhos de história. A partir de então comecei a pensar no quão mágico seria se nós adultos preservássemos esta capacidade criativa da infância. Claro que existem grandes nomes, pessoas “abençoadas” que conseguem eternizar em obras de artes, textos, canções, histórias que imaginam ou que mantém em seus mundinhos internos.

Uma pena que depois de adultos, tenhamos tantos estímulos racionais e pragmáticos, que dependendo do espaço que deixemos para a criação, que nos levamos a sublimar e abandonar esta verve criativa.

“Imaginar é mais importante que saber, pois o conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abarca o universo.” Albert Einstein

Eu desejo que a imaginação tenha sempre espaço em todas as vidas, para que possamos criar, sonhar, amar, viajar nas ideias.

Tenham uma ótima semana!

O que realmente é nosso…nunca se vai para sempre…

Posted in Geral with tags , , , , , , , , , on outubro 19, 2012 by Psiquê

Mohammed Alhmoud

Os ventos que às vezes tiram algo que amamos, são os mesmos que trazem algo que…aprendemos a amar…

Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim, aprender a amar o que nos foi dado.

Pois tudo aquilo que é realmente nosso, nunca se vai para sempre…
Bob Marley

ABC erótico

Posted in Poesia Erótica with tags , , , , , , , , , , , , on janeiro 13, 2012 by Psiquê

ABC erótico

Abre-te!
Beija-me!
Cobre-me!

Amar-te é volúpia
Brincar é malicia
Carícia é pingo de mel.

Ai!
Basta!
Cala-te!

Abraço-te, queres?
Belisco-te, gostas?
Colo-me a ti, einh?

Ah!
Biscoito
Crocante!

Às nuvens subi
Bebendo o teu néctar
Crescendo-me em ti!

Ata-me!
Bebe-me!
Come-me!

Agora imparável
Brutalmente bom
Cada vez melhor!

Autor: Noel Ferreira

Comer, rezar, amar

Posted in Casamento, Comportamento, Profissão, Relacionamento, Romance with tags , , , , , , , , , , , on outubro 12, 2010 by Psiquê

Lá estava eu às 00:20h de sexta para sábado, assistindo à tão esperada estreia da noite: Comer, rezar, amar.

Eu gostei bastante do filme e até meu marido que, mesmo tendo que trabalhar na manhã seguinte, aceitou ver comigo dizendo que estava indo, pois me ama muito, acabou gostando do filme. Claro que ele aceitou ver sob a exigência – que para mim nem era um sacrifício – de ver Tropa de Elite 2, na estreia da semana seguinte. Topei!

“Como protagonista, temos Liz Gilbert (Julia Roberts), uma escritora bem-sucedida de meia-idade, casada, moradora de Nova York, teoricamente dona de uma vida perfeita. Apenas teoricamente. Insatisfeita com boa parte da rotina que leva, ela decide modificar seus dias. Primeiro pede o divórcio do marido, depois resolve viajar o mundo, mais especificamente para três lugares.

A partir de então, Liz segue em uma jornada em busca de si, do autoconhecimento, de entender os motivos que a deixam triste. Primeiro, vai para a Itália, onde conjuga todos tempos do verbo “comer”, se deliciando com as massas locais, mas sem esquecer de fazer amizades. Depois vem a Índia, onde o seu grande objetivo é o equilíbrio religioso. Finalizando sua viagem de um ano, a escritora parte para Bali, apenas meses depois de visitar a ilha. Lá, por coincidência, acaba encontrando a felicidade amorosa e, conseqüentemente, a paz interior.” Veja mais críticas aqui.

O filme permite que nos identifiquemos com alguns dilemas cotidianos, mas peca por passar superficialmente pelas crises e ficar tempo demais debatendo algumas questões. Mesmo assim, vale a pena conferir!

O amor, quando se revela…

Posted in Poesia Erótica with tags , , , , , , , , , on agosto 10, 2008 by Psiquê

Claudia F. by Daniel Otten

O amor, quando se revela…

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

(Fernando Pessoa)

Menina e moça

Posted in Poesia Erótica with tags , , , , , , , , , , , , , , on maio 5, 2008 by Psiquê

Photo Виктория Алалыкина

A Ernesto Cibrão

Está naquela idade inquieta e duvidosa,
Que não é dia claro e é já o alvorecer;
Entreaberto botão, entrefechada rosa,
Um pouco de menina e um pouco de mulher.

Às vezes recatada, outras estouvadinha,
Casa no mesmo gesto a loucura e o pudor;
Tem cousas de criança e modos de mocinha,
Estuda o catecismo e lê versos de amor.

Outras vezes valsando, o seio lhe palpita,
De cansaço talvez, talvez de comoção.
Quando a boca vermelha os lábios abre e agita,
Não sei se pede um beijo ou faz uma oração.

Outras vezes beijando a boneca enfeitada,
Olha furtivamente o primo que sorri;
E se corre parece, à brisa enamorada,
Abrir as asas de um anjo e tranças de uma huri.

Quando a sala atravessa, é raro que não lance
Os olhos para o espelho; e raro que ao deitar
Não leia, um quarto de hora, as folhas de um romance
Em que a dama conjugue o eterno verbo amar.

Tem na alcova em que dorme, e descansa de dia,
A cama da boneca ao pé do toucador;
Quando sonha, repete, em santa companhia,
Os livros do colégio e o nome de um doutor.

Alegra-se em ouvindo os compassos da orquestra;
E quando entra num baile, é já dama do tom;
Compensa-lhe a modista os enfados da mestra;
Tem respeito a Geslin, mas adora a Dazon.

Dos cuidados da vida o mais tristonho e acerbo
Para ela é o estudo, excetuando-se talvez
A lição de sintaxe em que combina o verbo
To love, mas sorrindo ao professor de inglês.

Quantas vezes, porém, fitando o olhar no espaço,
Parece acompanhar uma etérea visão;
Quantas cruzando ao seio o delicado braço
Comprime as pulsações do inquieto coração!

Ah! Se nesse momento, alucinado, fores
Cair-lhe aos pés, confiar-lhe uma esperança vã,
Hás de vê-la zombar de teus tristes amores,
Rir da tua aventura e contá-la à mamã.

É que esta criatura, adorável, divina,
Nem se pode explicar, nem se pode entender:
Procura-se a mulher e encontra-se a menina,
Quer-se ver a menina e encontra-se a mulher!

(Machado de Assis)