Via Aliciante
Nossa, eu estava buscando palavras adequadas que pudessem refletir aqui, uma certa inquietude que tem rondado meus pensamentos, quando encontrei no site da Consultoria Adigo, uma palestra sobe os dilemas da Mulher Executiva, da qual retiro um trecho para partilhar com vocês:
“Hoje o que mais caracteriza a mulher executiva são seus dilemas com relação ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Apesar de discursarmos a altos brados sobre a maior importância da qualidade do que da quantidade de tempo dedicado à família, no fundo nós mesmas, inconfessadamente, não nos convencemos disso e somos torturadas pelo maior dos males femininos – o sentimento de culpa. Criamos ao longo do histórico de conquistas femininas uma expertise em criar canais de alimentação da culpa.
A primeira fonte é o perfeccionismo, traço bastante comum às mulheres executivas. Com todos os testes implícitos e explícitos que enfrentamos na arena profissional, estabelecemos que precisamos ser nada mais do que perfeitas – como profissional, chefe, mãe, esposa, dona de casa, estudante, filha, nora, etc. Não nos contentamos com menos do que o melhor.
Desenvolvemos uma capacidade crítica apuradíssima, mas que se torna cruel quando se trata de nós mesmas. É dedicado muito menos tempo às pequenas e grandes vitórias do que à tortura do que percebemos como erro ou ponto de melhoria.
Ao perfeccionismo, atrelado à enorme capacidade de doação da mulher, leva a priorização do externo, dos outros, em detrimento a si mesma. O outro, a necessidade do outro é sempre prioridade e nos deixamos para trás.
Isso tudo, sem falar na priorização dos deveres em relação aos direitos, ou pior, do prazer. Primeiro atacar o que deve ser feito e depois, se sobrar tempo, o prazer. Até o tempo que, oficialmente, dedicamos a nós – fazer unhas, ginástica, terapia – muitas vezes carregam em si mais obrigações (com imagem, por exemplo) que prazeres…”