Photo by Klaus Kraiger
Para os que não sabem, em setembro de 2008 comemorou-se o centenário de morte de Machado de Assis. Esse que foi um escritor marco na literatura brasileira. Recentemente, por duas vezes, recebi o seguinte elogio: tens uma beleza tipicamente brasileira, uma beleza tal qual descrita por Machado de Assis, uma beleza machadiana. O que mais me chamou atenção é que a frase foi repetida em períodos distintos, o que me levou a retomar algumas leituras do escritor em que descrevia as mulheres.
Considerado o Bruxo das palavras, no ano de centenário de sua morte, a UNESp criou um portal que reúne as comemorações desta data Machado de Assis, e a Casa Rui Barbosa e o CNPq lançaram o portal: Machado de Assis.net . Disponíveis também vídeos especiais da Globonews sobre Machado de Assis.
Em dezembro, a Globo vai estrear a micro-minisérie Capitu, que trata da personagem presente do romance Dom Casmurro, de Machado. Veja mais em: Capitu.
Machado de Assis: “Jornalista, cronista, contista, romancista, poeta e teatrólogo, Joaquim Maria de Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro, cidade onde também faleceu, em 29 de setembro de 1908. Filho de um operário e uma dona de casa, perdeu a mãe muito cedo e, como não teve condições de realizar estudos regulares, foi um autodidata. É o fundador da cadeira nº 23 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tendo sido seu primeiro presidente, cargo que ocupou por mais de dez anos.
Sua obra abrange, praticamente, todos os gêneros literários. Na poesia, inicia com o Romantismo de Crisálidas (1864) e Falenas (1870), passando pelo Indianismo em Americanas (1875) e o Parnasianismo em Ocidentais (1897-1880). Paralelamente, apareceram as coletâneas de Contos Fluminenses (1870) e Histórias da Meia-Noite (1873), e os romances Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878).
Depois, Machado de Assis entrou na grande fase das obras-primas – Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacob (1904) e Memorial de Aires (1908) -, que fogem a qualquer denominação de escola literária e que o tornaram o escritor maior das letras brasileiras e um dos mais significativos autores da Literatura de língua portuguesa.” (Fonte: Fundação Casa Rui Barbosa. Autoria: Marcelo Lucena – Comunicação Social/ MinC)
Quanto às personagens femininas de Machado de Assis, Maria Lúcia Silveira Rangel, fez uma interessante análise sob esse título, veja no link. É possível destacar que:
Machado se destoa dos romances românticos da época, em que a heroína é construída a partir de cânones que emprestam à figura feminina um papel dependente.
“Em oposição aos autores românticos, Machado de Assis, mesmo preso às características do romance do século XIX, dá às heroínas um relevo cujo perfil vai-se intensificando com o surgimento da narrativa; assim, as personagens femininas machadianas são mais fortes e objetivas, capazes de conduzir a ação, apesar do predomínio da trama romanesca não ter se esvaziado.”
Leiam, releiam e desfrutem dos momentos que as obras de Machado podem lhes proporcionar. Um beijo e boas leituras.