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12 Filmes e Documentários – Histórias de Lutas Lideradas por Mulheres

Posted in Comportamento, Cultura e Arte with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 7, 2017 by Psiquê

Na véspera do dia 8 de março, dia de luta por direitos iguais e empoderamento feminino, resolvi compartilhar uma a postagem do portal Nó de oito em que se apresenta uma lista de 12 documentários que ajudam a contar a história de lutas lideradas por mulheres.

Aproveite as dicas, assista às produções e junte-se à luta.

“O Dia Internacional das Mulheres não é uma data para ganhar chocolatinho e palestra sobre como fazer contorno facial com maquiagem, mas sim para lembrar, celebrar e organizar as lutas por nossos direitos. Sua origem pode ser traçada até o começo do século XX, e passa tanto pelo movimento das mulheres operárias norte-americanas e o terrível incêndio que matou mais de 120  trabalhadoras da Triangle Shirtwaist Company, como pelos inúmeros outros acontecimentos que marcaram a história da luta das mulheres em diferentes partes do mundo.

Pensando nisso, separamos doze filmes e documentários que relembram lutas e movimentos liderados por mulheres que mudaram o rumo da nossa história.

Norma Rae (Norma Rae, 1979)

Sinopse: Como muitos dos integrantes de sua família antes dela, Norma Rae trabalha numa fábrica têxtil local por um salário que não condiz com as longas horas e as péssimas condições de trabalho. Depois de ouvir um discurso de um defensor dos direitos trabalhistas, a jovem é inspirada a convencer seus colegas de trabalho a lutar pela criação de um sindicato. O filme é baseado na história real de Crystal Lee Sutton, que liderou uma campanha contra as condições de trabalho oferecidas pela empresa J.P. Stevens Mill.

Pray the Devil Back to Hell (2008)

Sinopse: Pray the Devil Back to Hell é um documentário que retrata o Movimento pela Paz na Libéria, organizado pela assistente social Leymah Gbowee. Na ocasião, milhares de mulheres cristãs e muçulmanas se mobilizaram para organizar protestos não-violentos que levaram ao fim da Segunda Guerra Civil da Libéria em 2003. O movimento levou Ellen Johnson Sirleaf a ser eleita presidente, fazendo com que a Libéria se tornasse a primeira nação africana a eleger uma mulher como chefe de estado. Em 2011, Leymah Gbowee ganhou o prêmio Nobel da Paz junto com Sirleaf e a iemenita Tawakel Karman.

As Sufragistas (Suffragette, 2015)

Sinopse: No início do século XX, após décadas de manifestações pacíficas, as mulheres ainda não possuem o direito de voto no Reino Unido. A partir de 1912, elas começam a coordenar atos de insubordinação, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio para chamar a atenção dos políticos locais à causa. Maud Watts (Carey Mulligan), sem formação política, descobre o movimento e passa a cooperar com as sufragistas, resistindo à pressão da polícia e dos familiares para voltar ao lar e se sujeitar à opressão masculina

!Mulheres Arte Revolução (!Women Art Revolution, 2010)

Sinopse: !Mulheres Arte Revolução é um documentário de 2010 que explora a “história secreta” do movimento de arte feminista dos Estados Unidos nos anos 70 e 80, através de conversas, observações, documentos e obras de artistas visionárias, historiadoras, curadoras e críticas de arte. O movimento artístico feminista foi um movimento ativista que proporcionou um modelo de mudança cultural e política, contra a discriminação, a exclusão racial, e a violência de gênero.

Terra Fria (North Country, 2005)

Sinopse: Mãe solteira, Josey Aimes, é parte do grupo das primeiras mulheres a trabalharem em minas de ferro, em Minnesota. Os homens ficam ofendidos por terem que trabalhar com mulheres e as submetem a constante assédio sexual. Consternada com o fluxo constante de insultos, linguagem sexual explícita, e abuso físico, ela decide abrir uma histórica ação judicial contra assédio sexual. O filme é baseado no livro Class Action: The Story of Lois Jenson and the Landmark Case That Changed Sexual Harassment Law, escrito por Clara Bingham e Laura Leedy Gansler, que conta a história real do processo judicial Jenson vs. Eveleth Taconite Company.

Our Times (Ruz-egar-e ma, 2002)

Sinopse: Da aclamada diretora iraniana Rakhshan Bani Etemad, este documentário explora os esforços das mulheres iranianas para empoderamento focando na eleição de 2002, que contou com uma candidata à presidência, mas acabou com a vitória do polêmico e conservador radical Mahmoud Ahmadinejad.

O Sal da Terra (Salt of the Earth, 1954)

Sinopse: Lançado em 1954, O Sal da Terra conta a história real da greve de mineradores no estado do Novo México (EUA) de 1951 contra a Empire Zinc Company. A maioria de origem mexicana, os trabalhadores protestaram pela melhora nas condições de trabalho e moradia, mas por serem agredidos e oprimidos constantemente, a greve acaba sendo mantida por suas esposas e filhas, que apesar de sofrerem críticas até dos próprios pais e maridos por intervirem, se mantêm firmes até serem atendidas nas reivindicações.

Anjos Rebeldes (Iron Jawed Angels, 2004)

Sinopse: Nos Estados Unidos do século XIX, duas mulheres arriscam suas vidas pelo direito de votar. Juntas desafiam as forças conservadoras de seu país para a aprovação de uma emenda constitucional que mudará seu futuro e o de muitas outras. O filme é baseado na história das sufragistas estadunidenses Alice Paul e Lucy Burns.

License to Thrive (2008)

Sinopse: License to Thrive (traduzido livremente como Licença para Prosperar) é um documentário que explora a história da legislação chamada Título IX, de 1972, que facilitou o acesso à educação de meninas e mulheres nos EUA. Embora seja mais associada ao esporte, nenhuma outra legislação desde a que garantiu às mulheres americanas ao direito ao voto foi mais crucial para a criação de oportunidades para mulheres em todas as áreas, do esporte, até a política, ciência, finanças, entretenimento, artes, negócios e direito.

Filha da Índia (India’s Daughter, 2015)

Filha da Índia relembra o estupro coletivo da estudante de medicina Jyoti Singh em 2012 na Índia, e retrata o movimento social inspirador que tomou as ruas pelos direitos das mulheres e contra a violência de gênero. De acordo com a diretora Leslee Udwin, foram os protestos em resposta ao estupro que a levaram a fazer o documentário. “Eu fiquei fascinada com as mulheres e homens da Índia que tomaram as ruas em resposta a esse terrível estupro coletivo e exigiram mudanças por direitos das mulheres. E pensei que o mínimo que podia fazer era ampliar suas vozes.”

The Hunting Ground (2015)

A realidade de abusos sexuais em universidades dos EUA – omitida pelas próprias universidades – vem à tona quando as vítimas se recusam a se deixar silenciar. O documentário é focado nas ações de duas estudantes que trabalham juntas para unir as vítimas de violência sexual em universidades de todo o país em uma rede para  denunciar e chamar atenção para o problema.

She’s Beautiful When She’s Angry (2014)

Este documentário apresenta um olhar inspirador sobre as mulheres brilhantes e corajosas que lideraram o movimento feminista na década de 1960 e 1970 nos EUA. O documentário mostra que os movimentos feministas surgiram com grande influência dos movimentos de direitos civis na década de 60, e trouxeram questionamentos e a consciência sobre a necessidade de igualdade entre homens e mulheres.

 

Somos todas vadias?

Posted in Comportamento, Sexualidade with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on junho 26, 2016 by Psiquê

Hoje me deparei com vários textos legais originalmente publicados na Revista Capitolina. Este que compartilho com vocês hoje é de 2015, mas bastante atual.

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Somos todas vadias?

Muito se fala sobre o que parece ser a maior conquista das mulheres pós-sufrágio feminino: a liberdade sexual. Mas será que ela é real mesmo?

Antes de começar e para evitar falsas polêmicas, já adianto aqui que o objetivo do texto é fazer algumas considerações sobre problemas que acredito que existam no discurso da liberdade sexual – não é julgar quem se sente empoderada e feliz e realizada com isso, ok?

Para então discutir o tema, vamos por partes:

A conquista da liberdade sexual – A liberdade sexual foi, de fato, uma conquista do movimento feminista lá pelos anos 1960 e 1970 – é dessa época que data também a conquista do anticoncepcional. Houve, neste período, uma maior liberalização das condutas sexuais das mulheres, que, em geral, ““““deixaram”””” de ser julgadas por serem sexualmente ativas.

Ativas e não livres – Isso nos leva a um dos pontos problemáticos do discurso da liberdade sexual nos dias de hoje: vende-se a ideia de que as mulheres são sim muito mais livres e empoderadas sexualmente do que as nossas avós, mas será mesmo? É claro que vivenciamos mudanças, e há quem diga que mudanças para melhor, mas é preciso se perguntar se a “liberdade” que temos hoje é real.

As milhões de aspas são para reforçar que, apesar de uma relativa evolução, as mulheres ainda são muito julgadas pela sua sexualidade – principalmente quando esta sexualidade não está de acordo com a norma heterossexual.

Recortes são necessários – Quero dizer que as mulheres não são julgadas por sua conduta sexual, desde que sua sexualidade sirva ao consumo masculino, ou seja, que seja heterossexual, branca, magra, rica e linda. Mulheres negras, lésbicas, gordas, pobres ainda sofrem sim muito julgamento pela sua conduta sexual.

É preciso problematizar – Não nego que o discurso da liberdade sexual foi uma bandeira bastante importante para o feminismo de gerações passadas, mas não é por isso que não se pode problematizá-lo. Não podemos alcançar marginalmente uma conquista e nos sentirmos satisfeitas, é preciso ir além. É preciso alcançar liberdade real, disputar o discurso com o patriarcado, que, aliado ao capitalismo, hoje reverte as conquistas sociais em mercadoria.

Pressão social e dominação – É frustrante como o patriarcado conseguiu se apropriar desse discurso tão importante para as mulheres e hoje o reproduz como mais uma forma de dominação. Existe uma pressão enorme pela sexualização precoce, pela liberação sexual que, ao invés de empoderar, traz mais vantagens para os homens, que cada vez são mais isentos de responsabilidade afetiva e até de respeito com suas parceiras.

Ressignificação dos símbolos – Um dos movimentos que mais agrega mulheres e que mais têm visibilidade na mídia nos dias de hoje é a Marcha das Vadias, que ocorre em diversas cidades do país e do mundo. A ideia central é que “se ser vadia é ser livre, somos todas vadias”. O que está por trás desse slogan é a tentativa de ressignificar o termo “vadia”, que hoje, segundo o coletivo, é usado para designar mulheres livres sexualmente.

Mas será que é possível ressignificar os símbolos usados pelo patriarcado para nos oprimir? Muitos outros movimentos e coletivos criticam a atuação da Marcha das Vadias porque o termo “vadia” tem pesos diferentes para mulheres diferentes – novamente há a necessidade de se fazer recortes. E então deixo um trecho de Audre Lorde que exemplifica a problemática da tentativa de ressignificação dos signos patriarcais:

“As ferramentas do mestre nunca vão desmantelar a casa do mestre”

*****

É claro que muitas mulheres são empoderadas o suficiente para exercer sua liberdade sexual, mas é preciso estar atentas para relações onde este poder é ilusório. A liberdade sexual ainda hoje se depara com limites e uma liberdade com limites não é liberdade real.”

– Gabriella Beira

 

Eu não vim da sua costela…

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , on maio 5, 2016 by Psiquê

Hoje pela manhã, uma imagem atravessou minha vista e me chamou muito atenção. Era uma mulher em uma passeata carregando um cartaz que dizia: “Eu não vim da sua costela, você que veio do meu útero”. Aquilo me pareceu tão incrivelmente pensado e bem escrito, porque resume uma das coisas mais essenciais para se combater o arcaico e ultrapassado machismo que impregna a nossa sociedade.

Eu não vim da sua costela

Em complemento a ideia que o cartaz suscitou, eu estava lendo uma matéria publicada na Revista Cult nº 210, de março de 2016 , sobre as percepções do feminismo. Mais precisamente a matéria que se intitula “Consciência e lutas feministas: conquistas e desafios no Brasil”,  por Mirla Cisne. Temos visto no país um crescimento dos debates e lutas em defesa dos direitos da mulher, igualdade de gêneros, combate à violência, etc. Ainda assim, muitas coisas ainda precisam ser asseguradas. Há questões básicas ainda não garantidas e apesar dos grandes avanços das leis e das conquistas, tudo parece ainda muito frágil em uma sociedade ainda com muitos traços patriarcais e machistas.

A matéria em questão elenca 5 eixos que estruturam a consciência militante feminista. O cerne da questão não é ficar bradando violentamente que as mulheres devem ter x direitos, que homens são todos iguais, ou qualquer coisa rasa deste tipo.  Fundamental é entender que vivemos sob uma estrutura  patriarcal-racista-capitalista para compreendermos a natureza  e a importâncias dessas lutas. Admitir isso é o primeiro passo para reconhecer a necessidade de mudanças.

Os cinco eixos são os seguintes:

  1. Aproximação de si: no sentido de nos reconhecermos como sujeitos e passarmos a lutar por nossa autonomia e liberdade;
  2. A experiência de sair de casa e a casa sair de dentro de nós: significa a ruptura com a naturalização da responsabilização unilateral da mulher pelo lar e pela família. “Não basta trabalharmos fora do lar quando quando continuamos sendo responsabilizadas pelo trabalho doméstico, por exemplo.”
  3. Perceber-se na outra:consiste na identificação com a outra da sua condição de opressão;
  4. Importância do grupo de militância política: possibilita o avanço da consciência de uma rebeldia ou indignação ainda desordenadas para o processo de uma organização política coletiva;
  5. Formação política associada às lutas concretas de reivindicação e de enfrentamento.

Assusta um pouco que algumas conquistas corram o risco de retroceder e outras de não avançar pelo excesso de fundamentalismo e de machismo na nossa sociedade. Já não podemos mais aceitar desigualdades e violências de gênero ou de qualquer outra natureza.

Basta!!!

Ser Mulher

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , on março 11, 2016 by Psiquê

 

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Nesta semana tivemos um dia mundialmente conhecido como Dia Internacional da Mulher, dia 08 de março. E, apesar de há alguns anos, já perceber o aumento da consciência da importância dessa data no sentido de recordar os avanços que alcançamos até o momento e muito do que ainda precisamos conquistar. Em 2016, eu percebo que esse fenômeno alcançou uma dimensão ainda maior, o que é muito positivo.

Muitos compartilhamentos foram feitos na linha de “Não dê parabéns, dê direitos“…e por aí vai…

Ainda temos muito, muito o que conquistar nesse mundão cruel e sexista, mas é certo que temos muitas mulheres unidas nesta luta e muitas ainda a entrar nela…

Hoje recebi um texto bem interessante, de um homem,  que provoca a reflexão sobre vários pontos importantes em relação ao que nós, mulheres, ainda vivemos diariamente.

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Compartilho com vocês, ele foi escrito por Débora Nisenbaum para o Medium.

8 atitudes para homens que querem ir além do 8 de Março

É sabido que ser mulher define sua existência social. Vai definir as oportunidades que você vai ter, os ambientes que vai frequentar, sua vivência de sexualidade, sua possibilidade de sofrer mutilação genital e outras violências de gênero como estupro, agressão doméstica, feminicídio e assédio sexual.

Então a todos os homens que estão se manifestando nesse dia 8 pelo respeito às mulheres, eu dedico esse manual de como melhorar ativamente a vida das mulheres que lhes cercam. Sem flor, sem chocolate, mas com benefícios reais.

1 — Olhe mais para as mulheres que te rodeiam

Se você conhece cinco ou mais mulheres, é estatisticamente provável que você conheça pelo menos uma que tenha sido estuprada, assediada ou violentada por um parceiro. Você não precisa sair perguntando — até porque não é toda mulher que quer compartilhar a dor dessas feridas. Apenas pense que elas provavelmente sofreram e sofrem tipos de violência com os quais você jamais terá que lidar, porque você nasceu homem. Faça disso um exercício de empatia. Hoje estão rolando no Facebook centenas de posts em que mulheres dizem o que já deixaram de fazer por serem mulheres. Dê uma lida, assim você pode entender melhor nossos medos e anseios.

2 — Pare de “ajudar” nas tarefas domésticas

Se você divide sua residência com uma ou mais mulheres, extermine essa noção da ajuda no trabalho doméstico. Ele é responsabilidade de todas as pessoas que moram no lugar. Você não deve ajudar, deve assumir. Dividir tarefas ajuda a equilibrar a quantidade de tempo que cada um gasta com elas, eliminando o que se torna, por vezes, uma jornada dupla de trabalho para mulheres.

3 — Elimine do seu vocabulário expressões misóginas

Vadia, vagabunda, piranha e tantas outras. A linguagem é uma ferramenta poderosa de dominação. Usar palavras, xingamentos e expressões que atacam a mulher por sua sexualidade ou que atribuem à feminilidade um caráter derrogatório (“coisa de mulherzinha”, por exemplo) apenas contribuem para a manutenção de uma cultura violenta com as mulheres.

4 — Repense seu consumo de pornografia

A pornografia é uma das indústrias mais violentas com as mulheres — e das que mais colaboram para a normalização dessa violência. Se você quiser se informar mais sobre o assunto, assista ao documentário Hot Girls Wanted (disponível no Netflix) e a esse vídeo do Ran Gavrieli. Existem também centenas de depoimentos de ex-atrizes pornô na internet, contando como eram forçadas a fazer cenas que não estavam no contrato, a transar sem preservativo com atores que não haviam feito exames de DST’s e outras práticas abusivas. Financiar essa indústria é desrespeitar a dignidade feminina, não só por causa das grandes produtoras, mas também pela quantidade imensa de vídeos e fotos provenientes de pornografia de vingança circulando na internet.

5 — Assuma o dever da contracepção

Use camisinha. Simples assim. Ah, preservativo incomoda? Aposto que pagar pensão por 18 anos vai te incomodar mais. Gonorreia também incomoda pra cacete — e já existem variedades resistentes ao tratamento. Não abra mão do preservativo e nem pergunte se precisa mesmo, só use. Se você está namorando ou é casado e vocês preferiram adotar a pílula, divida os custos com ela. Os hormônios mais modernos do mercado chegam a custar 70 reais, todo mês.

6 — Elimine do seu cotidiano práticas machistas

Chega de cantada de rua, foto de pinto não solicitada, puxar a menina pelo braço na balada, buzinar pra garota na rua e tantas outras práticas escrotas. “Ah, mas tem mulher que gosta!”, tem sim. Também tem muito cara que ama fio terra, mas eu não saio no meio da rua enfiando o dedo no cu de cada homem que vejo. Além disso, a cantada reflete uma dinâmica de poder, não de interesse sexual. Toda mulher que já confrontou um desbocado na rua sabe disso. Pare de praticar essas atitudes e censure seus amigos que praticam. De nada nos adianta um cara que se diz a favor do respeito com as mulheres, mas faz a egípcia quando o brother tá assediando alguém. Isso vale também pra julgar mulheres que vivem sua sexualidade livremente. Quando você chama uma mulher de vagabunda porque ela transou com 25 caras, tudo que isso faz é mostrar que você tá chateado por não ter sido um dos 25.

7 — Reveja sua masculinidade

Pra muitos caras, ser homem está ligado a repudiar feminilidade e garantir que não se associa a ela de maneira alguma. Isso passa por dizer que homem não chora, recusar demonstrações de afeto de um irmão ou amigo, ser homofóbico (que nada mais é do que reproduzir misoginia pra cima de homens cujo comportamento é considerado feminino), dizer que fulano faz tal coisa como mulherzinha e até recusar certas posições sexuais (pois é). Enfim, demonstrar de todas as formas possíveis e imagináveis que você não compactua com tudo aquilo que está culturalmente ligado ao feminino (emoção, compaixão, doçura, carinho, cuidado). Isso tem dois efeitos principais: o primeiro é a manutenção da ideia de feminilidade como algo fraco e inferior, o que é péssimo pras mulheres. O segundo é que todo mundo percebe que você é inseguro. Construa seu valor como ser humano sobre o seu caráter, sua integridade e sua capacidade de respeitar o próximo, ao invés de equilibrá-lo nas finas estacas de cristal da Masculinidade do Cabra Macho Que Não É Viado Não Hein™.

8 — Ouça as mulheres. Literalmente.

Você discute com seu dentista sobre a obturação que ele fez? Acha que manja mais de eletrônica do que a pessoa que consertou seu computador? Não, né? Então não ache que você tem mais cacife que uma mulher pra discutir questões de gênero. Você não tem. Ouça as demandas das mulheres, entenda, pesquise-as com cuidado, considere seus privilégios enquanto homem. E não interrompa (sério, isso é um fenômeno mensurável e até meio bizarro). Não crie o hábito irritante de reproduzir o que uma mulher acabou de falar (também conhecido como mansplaining). E sabe aquele papo de que mulher fala demais? Ele só existe porque a nossa fala não é comparada à fala masculina. Ela é comparada ao silêncio.

Paciência na busca dos nossos reais objetivos…

Posted in Comportamento with tags , , , , , , , , , , , , , , , on novembro 6, 2013 by Psiquê

ImagemA paciência é uma arte. Muitas vezes nos deparamos com situações que testam a nossa paciência o tempo todo. É sempre mais fácil desistir e desviar o trajeto para outro caminho, seja mais agradável, mais confortável, mais fácil…

Tenho sido testada diariamente na arte da paciência de esperar o tempo certo das coisas, mas confesso que ando bem cansada e desmotivada em alguns momentos. Será que os desvios não podem ser úteis para dar mais energia às nossas lutas? Será que muitas vezes não insistimos em coisas que não valem a pena? Como nos fortalecer? Como não deixar que pessoas medíocres nos desviem de nossos reais objetivos. Como ficar imune ao joguinho de ego tão comum entre os grupos humanos…

São questões que devem nos acompanhar e respostas que devemos perseguir…

Não é fácil administrar competição no ambiente profissional e quando esta está pautada em disputas medíocres, a motivação chega ao nível zero…

Neste caso, é sempre útil lembrar que somos muito maiores do que isso e que há coisas muito mais importantes do que tudo isso. Mas não posso dizer que é fácil.

Ontem recebi por email uma frase perfeita: “Algumas pessoas passam pela nossa vida para nos ensinar a não ser como elas.”